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Polícia

SC: grupo teria ordenado morte de policiais e ataque a delegacias

14 nov 2012 - 18h18
(atualizado às 18h23)
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Pela segunda noite consecutiva, ônibus foram incendiados em Florianópolis
Pela segunda noite consecutiva, ônibus foram incendiados em Florianópolis
Foto: Eduardo Valente / Futura Press
Daniel Favero

Informações da polícia de Itajaí, no litoral catarinense, apontam que criminosos estariam planejando invadir delegacias e matar policiais, a exemplo do que tem sido feito pelo Primeiro Comando da Capital (PCC) em São Paulo, onde mais de 90 policiais já foram mortos em 2012. O secretário de Segurança Pública de Santa Catarina, César Augiusto Grubba, chegou a dizer que os episódios de violência registrados no Estado nos últimos dias eram uma "imitação" do que ocorre no território paulista.

Nos últimos dois dias foram registrados 24 atentados, sendo 16 apenas na madrugada desta quarta-feira em Florianópolis, Itajaí, Blumenau, Navegantes e Criciúma, que resultaram em 21 prisões. Nove destas foram realizadas em Itajaí, onde foram encontrados coquetéis molotov.

Segundo policiais de Itajaí, os ataques estão sendo ordenados de presídios por integrantes do Primeiro Grupo Catarinense (PGC), que estaria recrutando menores interessados em entrar no grupo. A motivação dos ataques seriam maus tratos a presidiários. Ainda segundo os agentes, a região de Itajaí conta com aproximadamente 60 integrantes do PGC, que tem a área como ponto estratégico para o tráfico de drogas por se tratar de uma cidade portuária, que permite a entrada e saída de drogas.

Mobilização para investigar
Preocupado com os rumos da violência, o Ministério Público de Santa Catarina criou o Grupo Especial de Trabalho de Enfrentamento da Violência Organizada (GEVO), que é composto por coordenadores dos Grupos de Ações Especiais e Combate ao Crime Organizado (Gaeco), responsável por investigar as diversas hipóteses e autoria dos ataques.

"Temos recebido muita informação, algumas nos dizem que partiu de grupos organizados que teriam ligação com organizações de fora do Estado, com o objetivo de desestabilizar a segurança pública. Outras informações dão conta de que estariam havendo maus tratos e torturas dentro dos presídios e que algumas pessoas estariam copiando o que tem ocorrido no Estado de São Paulo, de que traficantes e grupos armados estariam aproveitando o momento para desestabilizar e criar esse mal-estar", diz o procurador-Geral de Justiça de Santa Catarina, Lio Marcos Marin. "Esse grupo que nós criamos visa a apurar essas informações para descobrir quais a motivações, quem são os mandantes e tomar as medidas para cessar os ataques e contra quem for o responsável por isso", relatou.

Ele diz que as informações apontam que os ataques poderiam ter sido fomentados, instigados ou apoiados pelo PCC, no entanto, Marin pondera que se tratam apenas de especulações. "Não tem nada concreto, nada comprovado, são especulações, suspeitas. Se fala a respeito do PGC, mas não se tem nada de muito concreto que comprove a existência desse grupo organizado. É isso que estamos tentando identificar, se existe essa articulação, se existe esse grupo e qual é o motivo", afirmou.

Violência em SC

Desde o dia 12 novembro, o Estado de Santa Catarina registrou uma série de atentados, com mais de 20 ataques contra ônibus e bases da polícia. Enquanto os coletivos foram alvos somente de incêndio, algumas bases policiais também foram alvejadas. Na região norte de Florianópolis, o carro de um policial civil foi incendiado. Ao todo, a polícia prendeu 27 suspeitos de participação nos crimes, sendo 12 adolescentes.

Na segunda-feira, dia 12, uma funcionária de uma empresa de administração prisional recebeu uma mensagem no celular que avisava sobre os ataques, que seriam uma represália a supostos maus tratos ocorridos dentro da Penitenciária de São Pedro de Alcântara.

Fonte: Terra
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