PUBLICIDADE

Polícia

Sarney apresenta amanhã proposta de novo referendo sobre armas

11 abr 2011 - 11h32
(atualizado às 12h49)
Compartilhar
Luciana Cobucci
Direto de Brasília

O presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), apresentará na próxima terça-feira aos líderes partidários uma proposta para a realização de um novo referendo sobre o desarmamento. A sua ideia é debater com os líderes a votação de um projeto de lei que estabeleça nova consulta à população sobre a proibição de vendas de arma de fogo no País.

Em entrevista a jornalistas, Sarney defendeu a realização de um novo plebiscito. "Desde o princípio eu tenho dito a vocês (jornalistas) que acho possível e devemos tomar uma iniciativa nesse sentido. Eu vou tratar disso na próxima reunião de lideranças com os líderes dos partidos para ver se nós, imediatamente, temos condições de votar uma lei modificando o que foi decidido no plebiscito, fazendo um outro plebiscito", afirmou.

Caso o resultado do referendo de seis anos atrás tivesse sido diferente, somente as Forças Armadas, guardas, polícias, empresas de segurança e entidades desportivas poderiam comprar armas e munições. Em 2005, mais de 60% dos brasileiros decidiram pela manutenção da liberdade de venda de armas e munições.

Sarney afirmou que a intenção é votar de imediato a matéria. "Rui Barbosa já dizia que só quem não muda são as pedras ou do bem para o mal e do mal para o pior. Nesse caso, estamos mudando do mal para o bem", disse o presidente do Senado.

Ele também apoiou a proposta do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, de debater com organizações não governamentais a antecipação da Campanha Nacional pelo Desarmamento, prevista para junho. Segundo ele, toda iniciativa para promover e criar a consciência contra o desarmamento é bem-vinda.

A declaração de Sarney foi feita quatro dias após o massacre da Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, onde um atirador abriu fogo e matou 12 crianças com uma arma roubada que foi comprada por R$ 260.

Atentado

Um homem matou pelo menos 12 estudantes a tiros ao invadir a Escola Municipal Tasso da Silveira, em Realengo, zona oeste do Rio de Janeiro, na manhã do dia 7 de abril. Wellington Menezes de Oliveira, 24 anos, era ex-aluno da instituição de ensino e, segundo a polícia, se suicidou logo após o atentado. O atirador portava duas armas e utilizava dispositivos para recarregar os revólveres rapidamente. As vítimas tinham entre 12 e 14 anos. Outras 18 ficaram feridas.

Wellington entrou no local alegando ser palestrante. Ele se dirigiu até uma sala de aula e passou a atirar na cabeça de alunos. A ação só foi interrompida com a chegada de um sargento da Polícia Militar, que estava a duas quadras da escola quando foi acionado. Ele conseguiu acertar o atirador, que se matou em seguida. Numa carta, Wellington não deu razões para o ataque - apenas pediu perdão a Deus e que nenhuma pessoa "impura" tocasse em seu corpo.

Com informações da Agência Brasil.

A polícia do Rio de Janeiro apresentou os revólveres calibre 38 e 32 usados pelo atirador
A polícia do Rio de Janeiro apresentou os revólveres calibre 38 e 32 usados pelo atirador
Foto: Luis Bulcão Pinheiro / Especial para Terra
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade