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Polícia

Saldo de mortes em complexo prisional do MA chega a 12

9 nov 2010 - 10h22
(atualizado às 13h04)
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Eveline Cunha
Direto de São Luís

Subiu para 12 o número de mortos nas rebeliões que ocorrem desde segunda-feira no Complexo Penitenciário de Pedrinhas, em São Luís, no Maranhão.

Policiais retiram corpo da Penitenciária São Luís, onde uma rebelião de presos terminou em nove mortos na tarde de segunda-feira
Policiais retiram corpo da Penitenciária São Luís, onde uma rebelião de presos terminou em nove mortos na tarde de segunda-feira
Foto: Honório Moreira / O Imparcial / Especial para Terra

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Estado, o motim iniciado na manhã desta terça-feira em uma das alas já foi controlado. No local, um tiroteio foi registrado por volta das 9h30 (8h30 locais) e dois detentos morreram. Outro preso foi assassinado ontem na mesma ala, mas a polícia tomou conhecimento apenas na manhã desta terça-feira. Outros nove detentos foram mortos ontem no Presídio São Luís, localizado em outra ala do complexo, onde a rebelião continua.

No Presídio São Luís, os apenados mantinham cinco funcionários reféns desde as 9h de segunda-feira. Dois deles já foram liberados, e as negociações continuam. A secretaria espera que a rebelião termine no início da tarde de terça-feira.

Segundo o presidente do Sindicato dos Agentes Penitenciários, César Bombeiro, o tiroteio ocorreu em um pavilhão onde estão alojados 300 presos e teria sido motivado por rivalidade entre facções criminosas. Os rebelados teriam feito reféns dois detentos de facções rivais e destruído grande parte do prédio, queimado colchões. Durante o tiroteio, houve correria em frente ao presídio, onde há uma grande concentração de jornalistas e familiares dos presos.

Ontem, o motim no Presídio São Luís deixou pelo menos nove presidiários mortos e um agente penitenciário baleado. As negociações para rendição dos rebelados foram encerradas por volta das 21h de segunda-feira e retomadas no início da manhã de hoje.

Segundo o Ministério da Justiça, foram enviados 32 homens da Força Nacional para o Maranhão, sendo 31 da tropa de choque e um negociador. Eles chegaram ao Estado na madrugada desta terça-feira, com o objetivo de tentar conter a rebelião.

Até o momento, a polícia confirma nove mortes na rebelião, cujos corpos estão no Instituto Médico Legal. Entretanto, o número de mortes pode ainda ser maior, já que os presos afirmam que dentro do presídio estariam outros corpos.

Inicialmente a rebelião teria começado com uma briga de facções, mas agora os rebelados apresentaram exigências como melhoria no abastecimento de água e alimentação e mais tempo para banho de sol e visita íntima. Os presos querem ainda a transferência de detentos que cometeram crimes no interior do Estado.

A secretaria reforçou a segurança durante a madrugada no presídio para evitar que a violência ultrapassasse os muros. Os presos estariam com dez celulares e duas armas dentro do presídio.

Rebelião

Segundo a secretaria, os presos renderam o agente penitenciário durante uma revista, tomaram sua arma e iniciaram a rebelião. Baleado na perna e na coluna cervical, o funcionário foi liberado por volta das 11h30 de ontem e encaminhado ao hospital. Seu estado de saúde é estável. Os presos foram assassinados por seus próprios companheiros, sendo que três deles foram decapitados.

As autoridades maranhenses atribuíram o motim ao "estado de tensão permanente" entre facções criminosas, que é alimentado pelo problema de "aglomeração" comum à maioria das prisões brasileiras, segundo a nota do governo do Estado do Maranhão. O presídio, que tem capacidade para abrigar 220 pessoas, é ocupado por 204 apenados, segundo a SSP.

Fonte: Especial para Terra
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