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Polícia

RS: pelo menos 8 são presos por suspeita de adição de formol em leite

8 mai 2013 - 08h25
(atualizado em 6/12/2013 às 17h28)
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<p>Operação do Ministério Público Estadual desarticulou uma quadrilha de transportadores que agia na adulteração do leite</p>
Operação do Ministério Público Estadual desarticulou uma quadrilha de transportadores que agia na adulteração do leite
Foto: Divulgação

Pelo menos oito pessoas foram presas na Operação Leite Compen$ado, que apura a adulteração de leite por cinco empresas de transporte no Rio Grande do Sul. A ação foi desencadeada nesta quarta-feira pelo Ministério Público Estadual (MPE), com apoio do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), da Receita Estadual e da Brigada Militar. Ao todo, foram expedidos nove mandados de prisão e 13 de busca e apreensão nas cidades gaúchas de Ibirubá, Guaporé e Horizontina. 

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As investigações, feitas pelas promotorias de Justiça Especializada Criminal e de Defesa do Consumidor da Capital em conjunto com o Mapa, apuraram que as empresas de transporte de leite adulteraram o produto cru entregue para a indústria. Uma das formas identificadas é a da adição de uma substância semelhante à ureia e que possui formol em sua composição, na proporção de um quilo deste produto para 90 litros de água e mil litros de leite.

Segundo o MPE, os presos são transportadores de leite e familiares. Em Ibirubá, foram detidos João Cristiano Prank Marques, Angélica Caponi Marques, João Irio Marques, Alexandre Caponi, Daniel Riet Villanova, Rosilei Geller e Natália Junges. Em Guaporé, o preso foi identificado como Leandro Vincenzi. 

A adulteração é considerada crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios, previsto no artigo 272 do Código Penal.  De acordo com o Ministério Público, a simples adição de água, com a intenção de aumentar o volume provoca perda nutricional, que é compensada pela adição da ureia – produto que contém formol em sua composição – e é considerado cancerígeno pela Agência Internacional para Pesquisa sobre Câncer e pela Organização Mundial de Saúde (OMS). 

A fraude foi comprovada por meio de análises químicas do leite cru, onde foi possível identificar a presença do formol que, mesmo depois dos processos de pasteurização, persiste no produto final. Com o aumento do volume do leite transportado, os "leiteiros" lucravam 10% a mais que os 7% já pagos sobre o preço do leite cru, em média R$ 0,95 por litro. 

Segundo o Ministério Público, as empresas investigadas transportaram aproximadamente 100 milhões de litros de leite entre abril de 2012 e maio de 2013. Desse montante, estima-se que um milhão de quilos de ureia contendo formol tenham sido adicionados. Amostras coletadas no decorrer da investigação em supermercados da capital apontaram fraude em 14 lotes de leite UHT.

A operação contou também com auxílio da Promotoria de Justiça Especializada Criminal de Combate aos Crimes Contra a Ordem Tributária.

Confira as marcas que apresentaram adulteração por formol conforme laudos de laboratórios credenciados pelo Mapa*: 

MARCA LOTE
Italac Integral L05KM3, L13KM3, L18KM3, L22KM4 e L23KM1 

Italac Semidesnatado
L12KM1
Líder UHT Integral TAP1MB (produzido em 17/12/2012 e com validade até 17/04/2013)
Mumu UHT Integral 3ARC
Latvida UHT Desnatado com fabricação em 16 de fevereiro de 2013 e validade até 16 de junho de 2013

*Lista atualizada pelo MP às 11h20 desta quarta-feira

Fonte: Terra
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