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Polícia

Rota teria executado suspeito durante ação em SP, diz testemunha

3 jun 2012 - 23h13
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Uma semana após a ação da Polícia Militar de São Paulo que resultou na morte de seis pessoas na favela Tiquatira, na zona leste da cidade, uma nova denúncia recai sobre os agentes que participaram da operação. De acordo com informações divulgadas pelo programa Fantástico, da Rede Globo, um suposto integrante da quadrilha teria sido morto sumariamente por integrantes da Ronda Ostensivas Tobias Aguiar (Rota). A polícia afirma que os bandidos resistiram e houve tiroteio.

Uma testemunha, no entanto, desmente a versão policial. A senhora, que mora em um barraco com a família em uma favela próxima à rodovia Ayrton Senna, afirma que três PMs - um sargento e dois soldados - chutavam o suspeito levado pela viatura até o local. Um deles chegou a atirar a queima roupa no homem. A mulher ligou para a polícia e contou em tempo real o que, segundo ela, estava acontecendo.

Na quinta-feira, seis policiais da Rota que participaram da ação na favela Tiquatira foram recolhidos administrativamente pela Corregedoria da PM, a fim de serem ouvidos. O grupo - formado por dois oficiais, um sargento, um cabo e dois soldados - passou por exame de corpo de delito no Hospital da PM e, na sequência, foi liberado. Na quarta, a Delegacia de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) já havia prendido três policiais que também estiveram na ação.

De acordo com a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, além do inquérito da DHPP, foi instaurado um inquérito policial militar que irá para a Justiça. O procedimento é obrigatório quando uma ocorrência policial resulta em morte ou lesão. A secretaria informou ainda que todos os procedimentos estão sendo acompanhados pelo Ministério Público.

O tiroteio que resultou na morte das seis pessoas aconteceu no estacionamento de uma casa noturna e envolveu 26 policiais, depois que a PM recebeu uma denúncia anônima de que membros do PCC estariam reunidos no local. Segundo a Polícia, eles estavam elaborando um plano para tentar resgatar um preso que seria transferido de um centro de detenção provisório para uma prisão em São Paulo.

De acordo com a versão policial, os suspeitos começaram a atirar logo após a chegada da polícia no local, o que gerou uma intensa troca de tiros. O tiroteio terminou com a morte de seis pessoas, além da prisão de duas mulheres e de um homem que não reagiram, enquanto cinco conseguiram fugir.

Os agentes, que não sofreram ferimentos na operação, apreenderam três veículos roubados, R$ 3 mil, um carregamento de maconha e cocaína e um arsenal de armas, incluindo algumas de uso exclusivo das Forças Armadas.

Fonte: Terra
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