Roger Abdelmassih é preso em Assunção, no Paraguai
O médico Roger Abdelmassih, então foragido da Justiça há três anos, foi preso nesta terça-feira em Assunção, capital do Paraguai, pela Secretaria Nacional Antidrogas paraguaia (Senad) em parceria com a PF.
Será aplicado o procedimento de deportação sumária ao médico, segundo a PF. Ele dará entrada no Brasil por Foz do Iguaçu (PR), ainda nesta tarde, e, posteriormente, será transferido para São Paulo.
De acordo com a diretora da revista ISTOÉ Gente e colunista da revista ISTOÉ, Gisele Vitória, Abdelmassih morava no país vizinho com seus filhos gêmeos de três anos e com a mulher Larissa.
No início desta noite, o delegado Marcos Paulo Pimentel falou, em coletiva na sede da Polícia Federal, em Foz do Iguaçu, sobre a prisão de Abdelmassih. Segundo ele, o médico, que estava foragido desde 2011, quando a Justiça determinou sua prisão, saiu do Brasil via terrestre, mas não soube precisar por qual fronteira.
“Ele estava muito abalado e nervoso”, disse o delegado sobre o momento da prisão, ao confirmar ainda que Abdelmassih estava vivendo ilegalmente em Assunção, com a mulher e os filhos.
Um mês de investigação
Em entrevista por telefone ao Terra, o diretor de comunicação da Secretaria Nacional Antidrogas do Paraguai (Senad), Francisco Ayala, que auxiliou a Polícia Federal na prisão de Abdelmassih, as informações sobre a entrada do ex-médico em solo paraguaio foram repassadas há cerca de um mês, quando começou o trabalho de investigação, até que ele fosse encontrado vivendo em uma casa luxuosa no bairro nobre de San Cristóbal.
“Nos foi passada a informação de que o Roger Abdelmassih tinha entrado no Paraguai e começamos a investigação. Ele vivia em um bairro de classe alta, em uma boa casa, e foi preso por volta das 13h30, quando, aparentemente, ia almoçar”, disse Ayala, informando que logo após a prisão, ele foi encaminhado para a ser transportados para o Brasil. “Nós somos uma secretaria antidrogas, mas pela boa relação que temos com a polícia do Brasil, auxiliamos nessa ação”, informou.
Condenação
Abdelmassih estava foragido desde 2011 quando a Justiça determinou sua prisão. Ele foi condenado, em primeira instância, a 278 anos de prisão pelo estupro de 52 clientes de sua clínica de reprodução assistida. Abdelmassih obteve no Supremo Tribunal Federal (STF) o direito de responder ao processo em liberdade. No começo de 2011, ele teve a prisão decretada novamente e, desde então, é considerado foragido da Justiça. Abdelmassih também teve seu registro cassado pelo Conselho Regional de Medicina (CRM) de São Paulo.
Vana Lopes, uma das líderes de um grupo que reúne as vítimas de Roger Abdelmassih, comemorou a prisão em sua página pessoal no Facebook: "GRAÇAS AO TRABALHO EM CONJUNTO E PRINCIPALMENTE A DEUS!!!! INVESTIGAÇÃO DE 3 ANOS ENFIM DEU FRUTOS!!!!CONSEGUIMOS!!", escreveu.
