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Polícia

Rocinha: em 3 dias, polícia apreende 129 armas, sendo 73 fuzis

15 nov 2011 - 14h13
(atualizado às 19h49)
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A Secretaria de Segurança do Rio de Janeiro informou na tarde desta terça-feira que as polícias Civil e Militar apreenderam 73 fuzis nas comunidades da Rocinha, Vidigal e Chácara do Céu, ocupadas desde a madrugada de domingo. No total, foram 129 armas de fogo - incluindo, além dos fuzis, carabinas, espingardas, lança-rojões, metralhadoras, pistolas, e submetralhadoras - encontradas desde a ocupação, que começou na madrugada de domingo.

A Polícia encontrou vasto material militar escondido na comunidade
A Polícia encontrou vasto material militar escondido na comunidade
Foto: Monica Garcia / Especial para Terra

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Os policiais apreenderam ainda 147 explosivos (de bombas caseiras a granadas), 23.072 balas e oito miras telescópicas para fuzil. Entre as drogas, foram encontrados 166 kg de cocaína, 60 de pasta base de cocaína, 127 kg de maconha, 135 pedras de crack, 38 comprimidos de ecstasy e material de refino e endolação.

O balanço ainda indica a apreensão de 62 caça níqueis, 150 camisas policiais, 16 coletes à prova de bala, sete placas de cerâmica para colete antifuzil, dois automóveis e 146 motocicletas, entre outros objetos.

Na segunda-feira, policiais precisaram pedir apoio à Secretaria Municipal de Obras para que operários com britadeiras rompessem uma camada de concreto de uma cisterna onde foi encontrado um arsenal, com granadas, fuzis, pistolas e munição.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Fonte: Terra
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