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Polícia

RJ transfere para o PR presos acusados de ordenar ataques

24 nov 2010 - 22h46
(atualizado em 25/11/2010 às 01h31)
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O governo do Estado do Rio de Janeiro transferiu oito presidiários do Complexo Penitenciário de Gericinó, na zona oeste do Rio, para o Presídio Federal de Catanduvas, no Paraná, na noite desta quarta-feira. Eles são acusados de liderar uma onda de violência na capital carioca. Desde segunda-feira, 23 pessoas já morreram, segundo o último balanço da Polícia Militar.

Mais um veículo foi incendiado em uma favela do Rio de Janeiro nesta quarta
Mais um veículo foi incendiado em uma favela do Rio de Janeiro nesta quarta
Foto: AP

Segundo a polícia, eles foram levados de helicóptero até a Base Aérea do Galeão, onde seguiram em um avião da Força Aérea Brasileira (FAB) para o Paraná. Os presos estariam coordenando, de dentro da penitenciária, as ações de roubo e queima de veículos desde o último domingo, em vários pontos da região metropolitana do Rio.

Os homens transferidos são: Antônio Jorge Gonçalves dos Santos, conhecido como Tony Senhor das Armas; Cláudio Henrique Mendes dos Santos, o Dr. Santos; Marcelo Tavares da Silva, Abóbora; Márcio Aurélio Martinez Martelo, Bolado; Maury Alves Ribeiro Filho; Roberto Célio Lopes, Robertinho de Vigário, Wanderson da Silva Brito, Paquito; e William Rodrigues Vieira, Robocop.

A Polícia Militar (PM) informou, esta noite, que o Batalhão de Operações Especiais (Bope) permanecerá na Vila Cruzeiro, no complexo de favelas do Alemão, no bairro da Penha, por tempo indeterminado. "Era esperado que houvesse uma resistência. Não seria de um dia para o outro que as coisas iriam se resolver, mas nós vamos ficar o tempo que for necessário com a máxima capacidade possível e, ainda temos, se for preciso aumentar a capacidade de policiamento", disse o porta-voz da PM, coronel Lima Castro.

As ações do crime organizado continuaram em vários pontos da região metropolitana do Rio. No terceiro balanço parcial das operações, divulgado esta noite, a PM informou que aumentou para 14 o número de mortos nesta quarta-feira nas ações da corporação contra o crime organizado.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã de terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores. O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).

Também na terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

Agência Brasil Agência Brasil
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