PUBLICIDADE

Polícia

RJ: PMs que tiveram prisão decretada por morte de Amarildo se entregam

4 out 2013 - 19h36
(atualizado às 22h45)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Sumiço de ajudante de pedreiro motivou uma série de protestos pelo País</p>
Sumiço de ajudante de pedreiro motivou uma série de protestos pelo País
Foto: Murilo Rezende / Futura Press

Os dez policiais militares acusados de torturar, matar e ocultar o corpo do ajudante de pedreiro Amarildo de Souza já se apresentaram no quartel-general da Polícia Militar, no centro do Rio de Janeiro, segundo informação da Secretaria de Estado de Segurança. A apresentação ocorreu após a prisão preventiva decretada nesta sexta-feira pela juíza Daniella Alvarez Prado, da 35ª Vara Criminal do Rio.

O advogado Marcos Espínola, que representa os soldados Victor Vinícius Pereira da Silva, Douglas Roberto Machado, Jorge Luiz Gonçalves Coelho e Marlon Campos Dias, disse que não há provas de que os policiais cometeram o crime. "O conjunto provatório é muito frágil, não há provas precisas que os policiais militares tenham participado em qualquer evento criminoso", declarou.

Além dos quatro soldados defendidos por Espínola, foram presos Anderson César Soares Maia, Edson dos Santos, Fábio Brasil da Rocha, Luiz Felipe de Medeiros, Jairo da Conceição Ribas e Wellington Tavares da Silva. Todos vão responder judicialmente pelos crimes de tortura seguida de morte e ocultação de cadáver.

"Na realidade o que há é indícios. Os indícios podem ser resumidos por eles terem conduzidos essa pessoa, Amarildo, do portão do centro de comando até o portão vermelho. Lá foram checadas as informações. Não havia nenhum mandado de prisão contra ele, não havia nenhuma identificação que pudesse incriminá-lo. Aí ele foi posto em liberdade neste momento. Eles viram o Amarildo ir embora”, completou.

O advogado considerou a denúncia do Ministério Público vaga e que vai entrar com um habeas-corpus em favor de seus clientes. "Após analisar todo o processo, vou entrar com um habeas-corpus, que é um processo volumoso. A matéria do habeas-corpus é que são réus primários, de bons antecedente e de relevante serviços prestados ao Estado do Rio de Janeiro, e não há como eles se evadirem do juízo da culpa." Espínola acompanhou os policiais, que se apresentaram voluntariamente no início da noite no Quartel-General da Polícia Militar.

Como levaram Amarildo

A Operação Paz Armada, que mobilizou 300 policiais, entrou na Rocinha nos dias 13 e 14 de julho para prender suspeitos sem passagem pela polícia depois de um arrastão ocorrido nas proximidades da favela. Segundo a polícia, 30 pessoas foram presas, entre elas Amarildo. Segundo uma testemunha contou à reporter Elenilce Bottari, de O Globo, ele foi levado por volta das 20h do dia 14, portando todos os seus documentos: "Ele estava na porta da birosca, já indo para casa, quando os policiais chegaram. O Cara de Macaco (como é conhecido um dos policiais da UPP) meteu a mão no bolso dele."

"Ele reclamou e mostrou os documentos. O policial fingiu que ia checar pelo rádio, mas quase que imediatamente se virou para ele e disse que o Boi tinha que ir com eles", disse a testemunha.

Assim que soube, Bete foi à base da UPP no Parque Ecológico e chegou a ver o marido lá dentro. "Ele me olhou e disse que o policial estava com os documentos dele. Então eles disseram que já, já ele retornaria para casa e que não era para a gente esperar lá. Fomos para casa e esperamos a noite inteira. Depois, meu filho procurou o comandante, que disse que Amarildo já tinha sido liberado, mas que não dava para ver nas imagens das câmeras da UPP porque tinha ocorrido uma pane. Eles acham que pobre também é burro", contou Bete.

Com informações da Agência Brasil.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade