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Polícia

RJ: ouvidoria já recebeu 13 denúncias de abusos de policiais

1 dez 2010 - 04h49
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As Corregedorias Geral Unificada (CGU) e da Polícia Militar já posicionaram suas equipes para apurar as denúncias de moradores sobre abusos de policiais no Complexo do Alemão. Nesta quarta, será a vez de a Corregedoria da Polícia Civil também ir fazer levantamento de informações nas ruas das favelas ocupadas.

"Não vamos tolerar abuso. O policial que se comportar mal será expulso, mas isso é uma exceção. A maioria está lutando, dando o sangue, entrando em lugares impossíveis com coragem¿, afirmou o governador Sérgio Cabral.O comandante-geral da PM, Mário Sérgio Duarte, também foi taxativo: "já disse aos meus policiais que se nós soubermos que alguns deles estão atentando contra a população ou fazendo o contrário de tudo que esperamos, eles serão excluídos da corporação por tropa".

Segunda-feira, o pastor Ronai de Almeida Lima Braga Júnior vai depor na CGU. Ele registrou queixa na 22ª (Penha) sob a alegação de ter tido furtado a quantia de R$ 31 mil, de sua casa na Vila Cruzeiro, Penha. Em depoimento, ele disse que fora informado por um vizinho que policiais, supostamente civis, tinham invadido várias residências. "Vamos ouvi-lo e também outras testemunhas. Só não fizemos ainda porque ele está fora do Rio", explicou o corregedor-geral da CGU Giuseppe Vitagliano.

Denúncias

Instalada segunda-feira no 16º BPM (Olaria), a ouvidoria da PM recebeu até o início da noite desta terça 13 denúncias de moradores que relataram abusos de policiais. As equipes responsáveis por investigar os casos estão indo aos locais com máquinas fotográficas e filmadoras para documentar os relatos. O órgão disponibilizou o telefone 2332-2341 e o e-mail denuncia@cintpm.rj.gov.br para também receber as denúncias.

Entradas nas casas sem autorização e móveis e quebrados são as maiores reclamações. "Todas as denúncias serão apuradas", afirmou o corregedor da PM, Ronaldo Menezes. Padre Barnabé, responsável pela capela São José, no Alemão, registrou sua queixa. "Domingo quebraram as portas e objetos. Ontem, terminaram de quebrar o resto", protestou.

Violência

Os ataques tiveram início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis incendiaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha. Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer). Na terça-feira, todo efetivo policial do Rio foi colocado nas ruas para combater os ataques e foi pedido o apoio da Polícia Rodoviária Federal (PRF) para fiscalizar as estradas. Ao longo da semana, Marinha, Exército e Polícia Federal se juntaram às forças de segurança no combate à onda de violência que resultou em mais de 180 veículos incendiados.

Na quinta-feira, 200 policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) tomaram a vila Cruzeiro, no Complexo da Penha. Alguns traficantes fugiram para o Complexo do Alemão, que foi cercado no sábado. Na manhã de domingo, as forças efetuaram a ocupação do Complexo do Alemão, praticamente sem resistência dos criminosos, segundo a Polícia Militar. Entre os presos, Zeu, um dos líderes do tráfico, condenado pela morte do jornalista Tim Lopes em 2002.

Desde o início dos ataques, pelo menos 39 pessoas morreram em confrontos no Rio de Janeiro e 181 veículos foram incendiados.

Parede de casa de morador do Complexo do Alemão é arrebentada
Parede de casa de morador do Complexo do Alemão é arrebentada
Foto: Reinaldo Marques / Terra
Fonte: O Dia
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