RJ: operação desarticula quadrilha de traficantes de drogas

12 abr 2012 - 00h31

Marcus Vinicius Pinto: Direto do Rio de Janeiro

Treze pessoas foram presas, dois menores apreendidos e dois mortos durante a operação Conexão Mandela, que foi deflagrada na manhã desta quarta-feira pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado(Gaeco) com apoio de mais de 500 homens da Polícia Militar, para desarticular uma quadrilha que atuava nas cidades do Rio de Janeiro, Teresópolis, Araruama, Rio das Ostras, Duque de Caxias e São Paulo.

De acordo com o Ministério Público, a investigação começou há quatro meses na cidade de Teresópolis, para onde fugiram traficantes da favela do Mandela, no complexo de Manguinhos na Zona Norte do Rio, depois do início da implantação de Unidades de Polícia Pacificadora na cidade do Rio.

Esses traficantes, além de tentarem intimidar o trabalho policial em Teresópolis, ainda ofereceram suburno aos policiais da cidade serrana, que acionaram a coordenadoria de Inteligência da Polícia. "Os policiais receberam a propina, controlados e filmados, para não prejudicar as investigações", revelou o promotor Décio Luiz Gomes, um dos responsáveis pela investigação.

Durante a investigação dos traficantes foi descoberta uma rota do tráfico que trazia drogas de São Paulo, passando pela favela do Mandela no Rio, chegando à comunidade da Mangueira, no Rio de Janeiro, Duque de Caxias, Teresópolis, Niterói, São Gonçalo, Araruama e Rio das Ostras. Entre os presos está o traficante conhecido como Bin Laden, chefe do tráfico da favela da Coréia, em Teresópolis. "A favela do Mandela é um dos grandes interpostos do tráfico no Rio que foi desarticulado" afirmou o promotor Fábio Miguel de Oliveira, que não soube precisar a quantidade de dinheiromovimentada pela quadrilha.

Todos os presos, entre eles duas mulheres, já estão denunciados por associação ao tráfico, tráfico e corrupção. Durante a operação a polícia apreendeu um fuzil 556, uma pistola 9mm, 1 revolver e uma réplica de metralhadora, além de seis tabletes de maconha, 4380 papelotes de cocaína, 314 fracos de cheirinho da loló, uma prensa, um rádio transmissor, uma mochila e material de endolação. "Uma das mulheres presas era responsável pela lavagem de dinheiro do grupo, ou através de de compra e venda de carros", disse o tenente-coronel Antonio Jorge Goulart, da Coordenadoria deInteligência da polícia.

Durante as buscas na Favela do Mandela, foi encontrada uma casa que era usada como motel pelos traficantes. E nesse imóvel foram encontradas cargas roubadas (eletrodomésticos novos, como uma geladeira, um fogão, uma TV 42 polegadas, um home theater, e 13 volumes de móveis), que pertencem às Casas Bahia. Em Teresópolis foi encontrada ainda 300 papelotes de zirrê, uma droga considerada mais potente que o crack. "Essa operação é uma prova de que a polícia não está cuidando apenas da capital, mas está de olho também no interior", disse o promotor Décio Luiz Gomes.

A operação, coordenada pelo Gaeco Rio, contou com a participação de homens do Batalhão de Operações Especial (Bope), Batalhão deChoque, Grupamento Aéreo e Marítimo, Batalhão de Ações com Cães, Grupo de Apoio Tático, homens do 30º Batalhão da PM (Teresópolis), além de contar com o apoio do Gaeco de São Paulo, do Ministério Público do Rio de Janeiroe da Central de Inteligência da Polícia do Rio. A operação ainda está em andamento e novas prisões podem acontecer a qualquer momento.

"Essa é uma parceria com o Ministério Público que mostra o trabalho sério e dedicado e que vão cada vez mais dar resultados significativos", explicou o Chefe do Estado-Maior de Operações da PM, coronel Pinheiro Neto, número 2 da corporação.