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Polícia

RJ: 'não é comum', diz Freixo sobre trajeto de viatura que levou Amarildo

15 ago 2013 - 15h21
(atualizado às 15h28)
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A revelação de que a viatura da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Rocinha para onde foi levado o pedreiro Amarildo de Souza circulou em outras áreas da cidade é um fato grave, e que levanta ainda mais dúvidas sobre o desaparecimento do morador da comunidade. A avaliação foi feita nesta quinta-feira pelo deputado estadual Marcelo Freixo (Psol), que classificou de incomum o fato de o carro ter rodado, por mais de uma hora, nas zona norte e no centro da cidade. A Rocinha fica situada na zona sul.

“É precipitado qualquer avaliação. Mas não é comum um carro da UPP da Rocinha ficar circulando por mais de uma hora pela zona norte e Centro. E parar em dois batalhões, ir a hospital, tem que ter explicação para isso. Mais uma vez, temos perguntas e não temos respostas”, afirmou.

Reportagem do Jornal Nacional mostrou que o deslocamento da viatura para a qual Amarildo foi levado pôde ser monitorado pelo rádio de comunicação do carro. O veículo deixou a favela e circulou por horas em outras regiões da capital fluminense, chegando a parar no Batalhão de Choque e no hospital da PM.

Freixo, que preside a comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), esteve na sede da chefia da Polícia Civil do Rio de Janeiro para entregar ofício pedindo esclarecimentos sobre as investigações sobre o desaparecimento de Amarildo. 

O parlamentar questiona especificamente um trecho do relatório do delegado-adjunto da 15ª Delegacia de Polícia (Gávea), Ruchester Marreiros, que aponta para uma escuta telefônica que atribui a morte de Amarildo a traficantes da Rocinha. Segundo Freixo, a transcrição do mesmo trecho que consta nos autos originais da investigação não faz qualquer indicação de que o pedreiro teria sido assassinado por bandidos.

“O relatório do delegado Ruchester aponta uma escuta telefônica que fala da morte do Boi, que supostamente seria o Amarildo, e ele atribui essa morte ao tráfico de drogas da Rocinha. Eu tive acesso, porque está nos autos, à degravação da mesma escuta telefônica, no mesmo dia e horário, e nela o conteúdo é completamente diferente daquilo que o delegado diz que tem. Pelo contrário, não só não diz que foi o tráfico, como cita um policial, e o que fez a prisão do Amarildo. Há uma distância enorme entre o conteúdo dessa gravação oficial, e o que diz o delegado”, comentou o deputado.

Para Freixo, o sumiço de Amarildo é um dos casos mais graves da segurança pública do Rio de Janeiro, e precisa ser esclarecido rapidamente. “Essa investigação tem muito mais perguntas do que respostas. O pior que pode acontecer para a segurança pública e para o projeto da UPP é o não-esclarecimento desse caso”, observou.

Fonte: Terra
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