RJ: mulher confessa que matou mãe estrangulada para sequestrar bebê

A mulher suspeita de ter sequestrado um bebê e matado a mãe dele na última segunda-feira, na zona oeste do Rio de Janeiro, confessou nesta quarta-feira que matou a mulher estrangulada antes de levar a filha dela. Michele Vieira de Melo, 24 anos, havia sido presa ontem e confessado apenas o sequestro de Jenifer. Hoje, ela admitiu o assassinato da mãe da menina, Diana Oliveira da Silva, que foi encontrada morta em um matagal próximo a um posto de saúde no Recreio dos Bandeirantes.

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Michele disse aos policiais que amarrou a vítima e a estrangulou com as próprias mãos. De acordo com o delegado adjunto da Delegacia de Homicídios (DH), Fábio Cardoso, a vítima foi atraída por uma oferta de doação de roupas para a bebê. "No posto de saúde, estava acontecendo uma oferta de roupas de bebês para onde a Diana se dirigiu. A Michele, ao avistar a vítima, se aproximou, disse que morava perto e que teria roupas. Se ela quisesse, doaria naquela hora. A Diana concordou. A Michele disse que a casa dela era perto, mas quando elas passaram pela trilha do matagal, ela atacou a Diana", explicou.

De acordo com o delegado, Diana tentou resistir à investida de Michele, "mas a Michele é muito forte, imobilizou, amarrou as mãos, a estrangulou e levou a Jenifer. A partir daí, é o que todos nós sabemos: ela pegando o ônibus do BRT com a criança no colo e fugindo".

A confissão ao longo da madrugada ocorreu após insistência dos policiais, que já tinham convicção de que ela era a principal suspeita do assassinato, além do sequestro do bebê. "Um policial-psicólogo, como chamamos, conseguiu obter a confissão", disse Cardoso. Ele afirmou que Michele saiu de casa com a convicção de que estava grávida e de que só regressaria para a casa com uma filha que ela imaginava, em sua cabeça, existir.

"A justificativa indica um pouco de desvirtuamento, uma certa neurose. Ela disse que saiu de casa aquele dia, estava grávida e teria que voltar com um bebê. Acredito que existe um transtorno em relação à isso. Ela escolheu a Diana pelas características físicas próximas à dela", explicou o delegado.

Com o encerramento das investigações, o caso agora está com o Conselho Tutelar, que já pediu a realização de um exame de DNA, que é de praxe em casos de sequestro ou desaparecimento de recém-nascidos. O teste será realizado para comprovar a paternidade de Francisco de Assis, companheiro de Diana. Ela será enterrada no cemitério de Curicica, na zona oeste do Rio, na tarde desta quarta-feira.

Os policiais da DH chegaram à residência de Michele para fazer a prisão após duas ligações feitas ao Disque-Denúncia de pessoas que afirmavam ter visto uma mulher com as mesmas feições da que aparecera nas câmeras do circuito interno do BRT, após o sequestro. Ela foi vista chegando em casa com um bebê. A recém-nascida Jenifer foi atendida no hospital Rocha Faria, em Campo Grande, e passa bem.