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Polícia

RJ: morte de líder sem-terra pode ser execução, diz polícia

28 jan 2013 - 15h32
(atualizado às 15h32)
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Investigações da Polícia Civil do Rio de Janeiro apontam que o assassinato de Cícero Guedes dos Santos, um dos principais dirigentes do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST) em Campos dos Goytacazes, no norte do Estado, tem características de morte encomendada. O agricultor foi morto a tiros na madrugada de sábado, depois de sair de um assentamento onde estão concentradas as famílias do MST que ocuparam a Usina Cambahyba, um engenho de açúcar desativado composto por sete fazendas e com 3,5 mil hectares de extensão.

De acordo com o delegado Geraldo Assed, do 134º DP, a quantidade de tiros disparados contra Santos, bem como a localização deles - quatro na cabeça e seis no tórax - indicam a intenção de executar o agricultor. Além disso, segundo ele, nenhum pertence da vítima foi levado, o que exclui a hipótese de latrocínio (roubo seguido de morte).

"Já ouvimos várias testemunhas e estamos trabalhando para resolver o caso o mais rapidamente possível", disse ele.

Apesar de ter sido beneficiado pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) em 2002 com um lote de terra no assentamento Zumbi dos Palmares, também em Campos de Goytacazes e onde cultivava banana e legumes, Santos se manteve ativo como militante dos sem-terra e liderava as famílias que aguardam a desapropriação da usina Cambahyba. Foi lá que o dirigente rural foi visto pela última vez, na tarde de sábado, quando saiu de bicicleta do assentamento.

Seu corpo foi achado na manhã de sábado em uma estrada rural de Campos próxima ao assentamento Oziel Alvez, acampamento do MST do qual era o principal coordenador. Ele tinha cinco filhos.

Segundo o MST, pelas técnicas agrícolas sustentáveis que utilizava em seu lote, Guedes era considerado uma referência em conhecimento agroecológico tanto pelos militantes da organização como por estudantes e professores da Universidade do Norte Fluminense (Uenf) com os quais colaborava.

"A morte da companheiro Cícero é resultado da violência do latifúndio, da impunidade das mortes dos Sem Terra e da lentidão do Incra para assentar as famílias e fazer a Reforma Agrária", criticou o Movimento em comunicado.  "O MST exige que os culpados sejam julgados, condenados e presos."

Com informações da Agência Efe

Fonte: Terra
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