PUBLICIDADE

Polícia

RJ: Justiça condena 'Nem da Rocinha' a 16 anos de prisão

15 jul 2013 - 17h22
(atualizado às 17h27)
Compartilhar
Exibir comentários
<p>Nem da Rocinha foi condenado pela Justi&ccedil;a fluminense nesta segunda-feira</p>
Nem da Rocinha foi condenado pela Justiça fluminense nesta segunda-feira
Foto: AP

A Justiça do Rio de Janeiro condenou nesta segunda-feira o traficante de drogas Antônio Francisco Bonfim Lopes, conhecido como Nem da Rocinha, a 16 anos e oito meses de reclusão, por associação para o tráfico  exercida de forma armada. 

Pão com Ovo e Olho de Vidro: veja codinomes curiosos

De acordo com o processo, Nem comandava o tráfico de drogas na comunidade da Rocinha desde 2006. Cerca de 400 homens trabalhavam para o traficante, divididos em diversos setores. Segundo o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), a pena será cumprida inicialmente em regime fechado. 

“Nada acontecia na comunidade sem que o mesmo (Nem) tivesse conhecimento e concordasse. Era ele quem ditava as regras de conduta a ser seguidas pelos moradores. Aqueles que o afrontassem estavam sujeitos ao ‘tribunal do tráfico’ e a pena por muitas vezes imposta era a própria vida”, aponta a decisão da Justiça fluminense.

As investigações que resultaram na ação começaram em agosto de 2010, a partir de filmagens realizadas dentro da Rocinha, em que diversos indivíduos aparecem com armas de fogo de diversos calibres. 

Com a autorização da Justiça do Estado, foi determinada a quebra do sigilo telefônico de outros acusados e, com isso, policiais conseguiram monitorar a compra de drogas e armas de uso restrito, como pistolas, fuzis, submetralhadoras, e outros, assim como o transporte e o abastecimento das bocas de fumo.

Traficante comanda o tráfico da cadeia

Mesmo preso há quase dois anos, Nem ainda comanda o comércio de drogas na comunidade da Rocinha, no Rio de Janeiro, segundo a Polícia Civil. De acordo com o delegado Rochester Marreiros, adjunto da Delegacia da Gávea (responsável pela Rocinha), depois de ser preso, Nem deixou um testa de ferro para comandar a venda de drogas na favela em seu lugar.

Marreiros disse que uma investigação policial iniciada em março, que serviu de base para o pedido de prisão de 58 pessoas que atuam na venda de drogas na Rocinha, traz indícios sobre a participação de Nem no negócio. Por meio das escutas telefônicas do inquérito, a polícia constatou que, sempre que era necessário tomar alguma decisão mais importante, os criminosos consultavam o traficante. Portanto, segundo a polícia, Nem ainda seria o responsável pelo comércio de drogas no varejo mais lucrativo do Estado do Rio, mesmo estando preso desde novembro de 2011 e apesar de o governo fluminense afirmar ter assumido o controle da comunidade.

De acordo com uma estimativa feita pela Polícia Civil, o tráfico rende atualmente, em média, R$ 6 milhões por mês nas várias bocas de fumo que ainda operam na comunidade, apesar da presença permanente de dezenas de policiais militares. 

Forma itinerante
Depois da instalação da UPP, os pontos de venda passaram a atuar de forma mais itinerante, sem locais fixos, mas, segundo a polícia, ainda são guardados por homens armados com pistolas e fuzis. O fato de criminosos atuarem de forma organizada e armada em meio a policiais militares provoca confrontos armados. Vários tiroteios foram registrados na comunidade, desde o início da ocupação policial, sendo que alguns terminaram com feridos e mortos.

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade