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Polícia

RJ: irmão de pastor é investigado por injúria a vítimas de estupro

21 mai 2013 - 19h12
(atualizado às 19h17)
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O irmão do pastor Marcos Pereira, líder da igreja Assembleia de Deus dos Últimos Dias, responderá a investigação por crime de injúria contra duas mulheres que acusam o religioso de estupro. Allan Pereira também é acusado de injúria e ameaça ao marido de uma das vítimas. De acordo com a rádio CBN, Allan praticou os crimes ao postar no Facebook mensagens em que chamava as mulheres de dragões e prostitutas. As mensagens foram publicadas no dia 18 de maio, mas foram retiradas por Allan na segunda-feira, quando o caso chegou ao conhecimento da Polícia Civil do Rio de Janeiro.

Allan Pereira deve prestar esclarecimentos em depoimento nesta quarta-feira, às 10h. O delegado Delmir Gouveia tomou o depoimento das vítimas e disse que as provas contra Allan Pereira são contundentes. "Ele, em tese, denigre as vítimas do estupro, fazendo ofensa moral a elas", disse em entrevista à rádio.

Pastor é acusado de estupro

O Ministério Público do Rio de Janeiro (MP-RJ) denunciou o pastor Marcos Pereira por dois estupros. Ele foi preso na terça-feira acusado de abusar sexualmente de seis fiéis da Assembleia de Deus dos Últimos Dias, da qual é um dos líderes.

Segundo a denúncia, para cada um dos seis estupros foi instaurado um inquérito policial, com o objetivo de "facilitar a individualização de cada crime". "Pelos relatos das testemunhas, principalmente das mulheres, verifica-se que estamos diante de um verdadeiro depravado, degenerado, pervertido sexual, capaz de fazer as coisas mais baixas e sempre se aproveitando da sua condição de líder maior da Igreja", dizem os promotores Rogério Lima Sá Ferreira e Adriana Lucas Medeiros, que assinam o texto.

A ação explica que o inquérito é um desdobramento de uma outra investigação que apura a prática de incitação ao crime e associação para o tráfico de drogas do pastor. "Acontece, porém, que no decorrer da investigação dos crimes acima, foram surgindo notícias gravíssimas de outros crimes, como homicídio, lavagem de dinheiro, estupros, roubo por parte do denunciado", explicam os promotores.

Na denúncia, são relatados os abusos que Marcos Pereira cometeu contra as duas mulheres, que moravam em um alojamento da igreja. Segundo o texto, ele negava material de higiene a uma das vítimas caso ela se recusasse a manter relações sexuais.

"Todas as mulheres vítimas do denunciado viveram na sua igreja por alguns anos. Elas viviam em função da Igreja presidida pelo denunciado. Moravam nos alojamentos existentes na Igreja.  Eram dependentes materialmente e emocionalmente do denunciado.  E para aquelas que se recusavam a ceder aos seus instintos bestiais, o denunciado as ameaçava de despejo, de morte fora da Igreja", diz a denúncia.

"O relato das outras mulheres é estarrecedor. Revela de forma clara que o denunciado é maquiavélico, de uma pobreza de espírito sem tamanho, só para conseguir dar vazão aos seus instintos sexuais. Se identificando com um 'Homem de Deus', praticou uma série de crimes sexuais contra aquelas que procuraram a sua Igreja em busca de ajuda espiritual. Conduta vil, torpe", dizem os promotores.

Além de Pereira, o MP denunciou quatro homens ligados à igreja acusados de fazer ameaças a uma das vítimas de estupro. De acordo com o MP, o pastor teria ordenado a Daniel Candeias da Silva, Ubirajara Moraes Pereira, Cezar Luiz Moraes Pereira e Lúcio Oliveira Câmara Filho que ameaçassem a mulher.

As ameaças teriam começado em março de 2012, depois que a mulher denunciou o pastor pelo crime de estupro. Ela disse ter sido perseguida e vigiada em seu trabalho por homens que faziam gestos ameaçadores.

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Fonte: Terra
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