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Polícia

RJ: Força de Paz nega volta do tráfico, mas admite resistência

11 jan 2011 - 21h58
(atualizado às 22h13)
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O assessor de imprensa da Força de Pacificação, major Fabiano de Carvalho, descartou nesta terça-feira um retorno da criminalidade nos complexos de favelas do Alemão e da Penha, na zona norte do Rio de Janeiro, mas admitiu que há alguns focos de resistência. Ele afirmou ainda que não houve redução no número de homens do Exército e das polícias Militar e Civil na região.

Exército vigia entrada da favela da Grota na rua Itararé, uma das comunidades do Complexo do Alemão
Exército vigia entrada da favela da Grota na rua Itararé, uma das comunidades do Complexo do Alemão
Foto: Fabio Motta / Agência Estado

Segundo a edição de hoje do jornal O Estado de S.Paulo, documentos confidenciais do Centro de Inteligência do Exército (CIE) apontam que o tráfico voltou às comunidades ocupadas em novembro de 2010. De acordo com o jornal, um relatório aponta que homens armados mantêm uma boca de fumo itinerante na favela da Galinha. Além disso, a Polícia Civil investiga pelo menos dois assassinatos que seriam represálias de traficantes.

"Causou estranheza a informação de que a população estaria percebendo uma diminuição da nossa presença na parte alta da comunidade, quando é exatamente o contrário: saímos do entorno há cerca de 20 dias e entramos nas comunidades, ocupando todos os pontos estratégicos das favelas durante 24 horas", disse o major.

Na avaliação do comando da Força de Pacificação, o que pode estar ocorrendo é uma falsa percepção de que tenha havido redução do efetivo por causa do deslocamento dos policiais para pontos estratégicos das favelas dos complexos do Alemão e da Penha, principalmente na região mais alta dos morros.

Segundo o major, atualmente a Força de Pacificação conta com 1.937 homens espalhados por ruas, becos e vielas das favelas da Penha e do Alemão. Desse total, 1.677 são do Exército; 240, da Polícia Militar e 30, da Polícia Civil.

Apesar de todo o aparato, é possível perceber, em particular na Penha, alguns focos de resistência, segundo Carvalho. "A polícia não entrava lá há mais de dez anos e os criminosos de menor importância estão agindo. Na maioria dos casos, eles são detidos, é feito uma averiguação e eles são liberados porque não têm antecedentes criminais. Isso é que mantém a população, de certa maneira acuada, porque eles permanecem andando livremente", disse.

Violência no Rio

O Complexo do Alemão está ocupado pelas forças de segurança desde o dia 28 de novembro do ano passado. A tomada do local aconteceu praticamente sem resistência numa ação conjunta da Polícia Militar, Civil, Federal e Forças Armadas. A polícia investiga uma possível fuga de traficantes pela tubulação de esgoto do Alemão antes dos policiais subirem o morro. Na quinta, 25 de novembro, a polícia assumiu o comando da Vila Cruzeiro, na Penha. Ambos dominados, até então, pela facção criminosa Comando Vermelho. As ações foram uma resposta do Estado a uma série de ataques, que começou na tarde do dia 21 de novembro. Em uma semana, pelo menos 39 pessoas morreram e mais de 180 veículos foram incendiados por criminosos nas ruas do Rio de Janeiro.

Agência Brasil Agência Brasil
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