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Polícia

RJ: família de Amarildo quer saber quem são as testemunhas misteriosas

24 set 2013 - 11h16
(atualizado às 11h17)
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<p>Filho de Amarildo, Anderson disse que sua fam&iacute;lia desconhece&nbsp;quem s&atilde;o as testemunhas misteriosas</p>
Filho de Amarildo, Anderson disse que sua família desconhece quem são as testemunhas misteriosas
Foto: Douglas Schineidr / Jornal do Brasil

Os familiares do pedreiro Amarildo de Souza querem saber quem são as duas testemunhas, mãe e filho, que os acusaram em depoimento à polícia de envolvimento no tráfico na Rocinha, no Rio de Janeiro, mas mudaram a versão dos fatos no decorrer das investigações. Em entrevista ao Jornal do Brasil, o filho de Amarildo, Anderson Gomes, desabafou e disse que ele e sua mãe, Elisabeth Gomes, estão achando "essa história" muito estranha e misteriosa, pois ninguém na comunidade conhece as testemunhas, que na sexta-feira passada foram retiradas da cidade por agentes federais.

O jovem e a mãe disseram no primeiro depoimento à Polícia Civil que Amarildo tinha sido assassinado por traficantes, que costumavam torturar as suas vítimas na casa da família. No segundo depoimento, prestado na semana seguinte, as testemunhas confessaram que haviam mentido em troca de dinheiro oferecido por policiais da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). "Isso prova que eles estão se enrolando nas próprias armadilhas. Eu e a minha mãe (Elisabeth Gomes) estamos acompanhando cada passo das investigações e quando chega uma nova notícia a gente tenta saber se é verdade mesmo ou se estão inventando, como aconteceu com esse rapaz e a sua mãe. Olha, ninguém sabe quem é esse 'cara' e a mãe dele lá na Rocinha. Já perguntamos pra toda comunidade, todo mundo acha estranho", disse Anderson.

Segundo o filho de Amarildo, a família está aguardando com ansiedade o laudo pericial das duas reconstituições realizadas pela Divisão de Homicídios da Polícia Civil do Rio. "Na verdade, nós já temos certeza de quem matou o meu pai, mas queremos saber o que a polícia vai concluir. Nós queremos e vamos exigir Justiça", contou ele. A família de Amarildo não conseguiu na Justiça a declaração de morte presumida do pedreiro e eles ficaram impossibilitados de requerer a pensão do Estado, complicando a vida financeira deles. "Antes a gente ainda recebia donativos, a população estava ajudando mais, mas agora estamos realmente sem dinheiro para alimentar tanta gente, a nossa família é grande e nem todos estão trabalhando", informou Anderson.

Após ter a sua imagem massificada na mídia, com inúmeras entrevistas sobre a morte do seu pai, Anderson caiu na simpatia de olheiros do mundo da moda e está estreando nas passarelas. Com 21 anos, 1,83 metro de altura e olhos azuis, Anderson acredita que seu futuro pode estar realmente no universo cultural. "Eu começo amanhã um curso de teatro e estou muito empolgado. É também um caminho para superar a dor, seguir a vida e, principalmente, ter uma renda para ajudar a minha família", contou ele. 

O desaparecimento de Amarildo
Amarildo sumiu no dia 14 de julho deste ano, após ser levado por policiais militares para a UPP, a fim de prestar esclarecimentos. O comandante da unidade, major Edson dos Santos, afirmou que o pedreiro deixou a base caminhando e depois não foi mais visto. O sumiço do pedreiro ganhou notoriedade depois de virar tema das manifestações de rua, no Rio e em outras capitais, com a frase "Cadê Amarildo?" estampada em faixas e cartazes.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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