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Polícia

RJ: denúncia de assassinos de biólogo espanhol será recompensada

Gonzalo Alonso Hernandez foi morto com um tiro na nuca no sítio onde morava, em Rio Claro, sul do Estado

15 ago 2013 - 16h18
(atualizado às 16h19)
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A Secretaria de Estado do Ambiente do governo do Rio de Janeiro vai oferecer recompensa por meio do serviço Disque-Denúncia para prender os assassinos do espanhol Gonzalo Alonso Hernandez, 49 anos, morto com um tiro na nuca no dia 6 deste mês, no sítio onde morava, em Rio Claro, sul do Estado. O anúncio foi feito pelo secretário Carlos Minc, que esteve na manhã de hoje com a viúva e os irmãos do ambientalista, em uma audiência com a chefe da Polícia Civil, Martha Rocha, no centro do Rio.

Minc disse ainda que, segundo a polícia, o crime foi cometido por pessoas da região que estavam incomodadas com a atuação do biólogo no combate à atuação de caçadores, palmiteiros ilegais e outros devastadores do meio ambiente na região. "Não foi um crime de profissional, não foi uma coisa externa. Ele (Gonzalo) foi arrastado dez metros com folhas de bananeira e (o colocaram) com uma pedra de 60 quilos em cima no local mais fundo do rio. As pessoas conheciam o único local mais fundo do rio (onde o cadáver foi jogado). Ou seja, conheciam a região", comentou Minc.

A viúva Maria de Lourdes Pena Campos, que vive na capital e passava o fim de semana com o marido, disse que, embora o biólogo fosse muito atuante na denúncia contra crimes ambientais, ele nunca chegou a comentar sobre ameaças, pois evitava incomodá-la com o assunto. Os assassinos levaram apenas o "laptop" do biólogo, que, segundo a viúva, continha fotos e arquivos das denúncias que ele fazia.

"Eu não ficava direto lá em cima (no sítio), quando ia era para curtir, para passear. Ele me preservava muito, não me contava detalhes das ações, até porque, quando me contava alguma coisa, eu o reprimia, pois tinha medo", contou ela. "Se houvesse alguém pegando pássaro, ele chegava para a pessoa e dizia que não podia, que ali era um parque. Ele não tinha medo", comentou.

Gonzalo já havia plantado cerca de 4 mil árvores na área do Parque Estadual Cunhambebe, no distrito de Lídice. O parque foi criado em 2008 e tem 38 mil hectares, abrangendo os municípios de Angra dos Reis, Rio Claro, Mangaratiba e Itaguaí. Lourdes disse que o marido vivia há 16 anos no Brasil e largou uma carreira de executivo na área de "marketing" para se dedicar à preservação do meio ambiente.

"Ele tinha a opção de voltar para a Espanha, mas preferiu levar uma vida totalmente diferente, trabalhar com o que ele gostava, no meio do mato. A história dele não pode morrer, a gente tem que lutar para que a justiça seja feita", disse a viúva.

Agência Brasil Agência Brasil
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