PUBLICIDADE

Polícia

RJ: delegado e policiais são presos por sequestro e extorsão

15 dez 2012 - 18h35
(atualizado às 18h42)
Compartilhar
Exibir comentários
Pouco antes da sessão iniciar, o promotor de Justiça José Carlos Cosenzo falou com a imprensa
Pouco antes da sessão iniciar, o promotor de Justiça José Carlos Cosenzo falou com a imprensa
Foto: Bruno dos Santos / Terra
 
A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) do Rio de Janeiro prendeu neste sábado um delegado e quatro policiais civis, denunciados pelo Ministério Público por extorsão mediante sequestro. Dos mandados de prisão preventiva expedidos pelo Juízo da 1ª Vara de Rio das Ostras, ainda há um policial foragido.
 
O delegado Tullio Antônio Pelosi e os inspetores Alex Martins de Oliveira, Paulo Cesar Ramos, Ricardo Luiz Fernandes e Silva e Marco Antônio Ribeiro de Carvalho, já presos, e Hélio José Ribeiro Rodrigues, procurado, souberam do possível envolvimento do contador Odilon Soares Motta com um suposto esquema de fraude de R$ 12 milhões, e sequestraram-no para conseguir dinheiro dele para não denunciá-lo.
 
Segundo a denúncia do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do MP fluminense, em 10 de dezembro de 2012 Oliveira e homens não identificados abordaram a mulher do contador dirigindo uma bicicleta elétrica e afirmaram que ela não poderia fazê-lo sem capacete. Solicitaram então que o marido fosse ao local para resolver a questão e quando Motta chegou afirmaram que tinham um dossiê sobre sua participação na suposta fraude.
 
Algemado, o contador foi colocado no carro da PC e levado para a sede da Polícia Interestadual (Polinter), já informado de que deveria pagar R$ 110 mil para que os oficiais não o denunciassem por causa do esquema milionário. No caminho, Motta ligou para um amigo e pediu que vendesse dois carros da família. O amigo desconfiou e informou a 128ª Delegacia de Polícia, em Rio das Ostras - no litoral norte, a 165km da capital -, que acionou a Coinpol.
 
Na Polinter, Oliveira falou com Carvalho e com o delegado Pelosi, que então apontaram Ramos para tomar o depoimento do contador - mas as declarações já estavam prontas. As declarações, segundo Ramos informou a Motta, ficariam armazenadas em um pen drive para serem destruídas só quando o pagamento fosse realizado.
 
O contador teriam então contatado o amigo novamente, para combinar a entrega do dinheiro e o pagamento. Mas, chegando na Rodoviária Novo Rio, onde foi acertado, os homens que acompanhavam o contador acharam que havia policiais no local e voltaram à Polinter. Ao contar o fato a Rodrigues, este definiu que o novo local da entrega do dinheiro seria o Hospital do Andaraí. Mas, de novo, os homens acharam que havia policiais no local e acabaram liberando Motta. 
 
De acordo com a denúncia do MP, seis dias depois os envolvidos tentaram "dar uma roupagem oficial" ao dossiê e o registraram como Verificação Preliminar de Informação. No mesmo dia, Motta recebeu intimação, assinada pelo delegado Pelosi e por Ramos, para que comparecesse à Polinter para prestar depoimento. Na sequência, a Corregedoria conseguiu apreender o pen drive e o dossiê original.
 
Em 17 de dezembro de 2011, Motta foi assassinado em Rio das Ostras. O inquérito que investiga o crime ainda está em aberto. Até a prisão, o delegado Pelosi estava lotado no Departamento Geral de Administração e Finanças da Polícia Civil e os inspetores na Seção de Pessoal em Situações Diversas (SPSD).
Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade