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Polícia

RJ: corpo de juíza assassinada é enterrado em Niterói

12 ago 2011 - 17h13
(atualizado às 17h40)
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O corpo da juíza Patrícia Acioli, assassinada na noite de quinta-feira na porta de sua casa, foi sepultado na tarde desta sexta-feira no cemitério Marui Grande, em Niterói (RJ). Amigos da vítima e colegas de trabalho foram ao cemitério prestar solidariedade à família.

Uma prima de Patrícia, que não quis ser identificada, afirmou que a magistrada era um "exemplo de honestidade", e que seu único bem de valor era a casa em Piratininga. Já um amigo da família, que também pediu anonimato, afirmou que "todos sabiam do risco que ela corria". "Ela chegou a ter seis seguranças, mas esse número foi sendo reduzido aos poucos, até não ter nenhum".

Também presente no enterro, o presidente do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ), Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, garantiu que os responsáveis pela morte de Patrícia serão presos. "O caso está sendo apurado. Estamos todos chocados, e teremos que dar uma resposta à sociedade", disse o desembargador.

Segundo o delegado da Divisão de Homicídios, Felipe Ettore, Patrícia foi atingida por 21 tiros, a maioria na cabeça e no tórax. "Ela foi executada em uma emboscada", afirmou Ettore. O delegado também disse que a hipótese de crime passional já está praticamente descartada.

Companheiro de Patrícia, o policial militar Marcelo Poubel prestou depoimento durante mais de seis horas na Delegacia de Homicídios, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio. De acordo com os policiais, até a tarde desta sexta-feira, mais de dez pessoas haviam sido ouvidas, entre familiares e vizinhos.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Companheiro da juíza, Marcelo Poubel é consolado por amigos e parentes no funeral
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Foto: Guto Maia / Futura Press
Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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