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Polícia

RJ: Cabral diz que UPPs passam por 'processo de adaptação'

6 set 2011 - 13h26
(atualizado às 13h32)
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O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral (PMDB), deu explicações nesta terça-feira sobre os recentes conflitos em Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs), que deixaram moradores e policiais feridos. Ao ressaltar o atual "processo de adaptação" do projeto, Cabral defendeu que o policial "precisa entender melhor a realidade e a rotina dos moradores", que, por sua vez, também necessitam aprender a aceitar melhor a presença dos servidores nas comunidades.

"Essas comunidades viveram 30, 40 anos sob o domínio do poder paralelo. É normal que exista um problema ou outro. É um processo gradativo de adaptação", afirmou o governador, durante solenidade de formatura de 489 alunos do Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças, na zona oeste da capital fluminense.

Já o comandante das UPPs, coronel Robson Rodrigues, disse que nesta quinta e sexta-feira será realizado um seminário de avaliação sobre a Unidade de Polícia Pacificadora. Segundo o militar é preciso "colocar a casa em ordem".

Dos 489 praças formados nesta terça-feira, 385 serão deslocados para a UPP da Mangueira, que deve ser implementada dentro de, no máximo, 45 dias. Os 104 restantes vão substituir policiais do interior que estão lotados nas UPPs. Até a inauguração da unidade da Mangueira eles passarão por treinamento em outras comunidades que contam com a base policial.

Confronto na Cidade de Deus

Moradores e policiais militares da UPP da Cidade de Deus entraram em confronto na Praça dos Apartamentos, na Cidade de Deus, zona oeste do Rio, na madrugada de segunda-feira. Os PMs usaram bombas de efeito moral e gás pimenta para dispersar a multidão.

Uma das janelas da UPP dos Apartamentos foi quebrada por uma garrafa de bebida alcoólica. Paus e pedras também foram atirados contra os policiais e o imóvel da unidade. Ninguém foi preso. O policiamento foi reforçado por homens do batalhão de choque.

O sargento André Luiz foi ferido na cabeça após ser atingido por uma pedra. Ele foi socorrido no Hospital Central da Polícia Militar (HCPM). Dois moradores não identificados teriam sofrido ferimentos leves. Testemunhas confirmaram que a confusão começou de madrugada após o baile funk que acontece aos domingos no Clube Coroado, a menos de 200 metros da Praça dos Apartamentos. Segundo os moradores, os PMs também deram tiros para o alto.

Um policial militar revelou que havia quatro policiais na UPP quando houve o confronto. Outros 10 PMs estavam em patrulhamento pela comunidade. "Estávamos em menor número, por isso usamos bombas de efeito moral. Suspeitamos que, além do tráfico formiguinha já estabelecido, exista bandidos armados dentro da comunidade. Caso o baile funk não seja proibido haverá novos confrontos, porque eles sempre atacam a UPP. Só que dessa vez quebraram uma janela e acertaram um policial", explicou.

Moradores do Conjunto Gabinal-Margarida que frequentam os quiosques na praça contaram outra versão. Segundo eles, os policiais jogaram as bombas de efeito moral para dispersar a multidão. "Um menino foi atingido por uma pedra e outro saiu machucado no corre-corre, mas foram os PMs que começaram a confusão. A praça sempre enche depois do baile no Coroado. Se algum bêbado atacou a UPP, o policial deveria prender o sujeito e não atirar bomba na galera", argumentou uma moradora.

Fonte: O Dia
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