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Polícia

RJ: acusados de estuprar turista em van ficam calados em audiência

21 mai 2013 - 19h05
(atualizado às 19h05)
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<p>Os réus respondem por estupro, roubo qualificado, extorsão, corrupção de menores e quadrilha ou bando</p>
Os réus respondem por estupro, roubo qualificado, extorsão, corrupção de menores e quadrilha ou bando
Foto: Vítor Silva / Jornal do Brasil

O juiz da 32ª Vara Criminal da capital do Rio de Janeiro realizou nesta segunda-feira audiência no processo em que três homens são acusados de estuprar uma turista americana dentro de uma van, em São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, na madrugada do dia 30 de março. O magistrado ouviu oito testemunhas: seis da acusação e duas da defesa. Os réus, Jonathan Froudakis de Souza, Walace Aparecido Souza Silva e Carlos Armando Costa dos Santos, que respondem por estupro, roubo qualificado, extorsão, corrupção de menores e quadrilha ou bando, não foram interrogados, pois seguiram a orientação de suas defesas para permanecer em silêncio. A sentença deve sair em dois meses.

Pelo menos quatro testemunhas da acusação afirmaram, em juízo, que nunca viram crime de “tamanhas gravidade e intensidade”. Também relataram que, durante o estupro, os réus riam sarcasticamente.

Durante a audiência, duas adolescentes, testemunhas da acusação, contaram ter embarcado no veículo na praça Serzedelo Correia, em Copacabana, quando o turista francês e a namorada americana já estavam dentro da van. De acordo com os depoimentos das duas jovens, um dos acusados anunciou o assalto depois de terem passado em frente ao Shopping Rio Sul e determinou que todos os passageiros entregassem seus pertences, ameaçando-os. Elas disseram ainda que o suspeito teria mandado os passageiros abaixarem a cabeça e que teria gritado e xingado os estrangeiros, que pareciam não ter entendido a ordem.  Em seguida, as testemunhas lembraram que o assaltante ordenou que todos descessem da van, exceto o casal de turistas.

Terceiro a prestar depoimento, o delegado Alexandre Braga, titular da Delegacia Especial de Apoio ao Turismo (Deat), lembrou que a turista, embora bastante abalada, apresentou um relato lógico e coerente, e confirmou que os três acusados participaram dos estupros. Declarou ainda que, com a divulgação na mídia das imagens dos réus, outras vítimas do grupo procuraram a polícia.

O delegado assistente da Deat Rodrigo Brant afirmou que o conteúdo da denúncia coincide com os relatos das vítimas. Ele disse que os réus, durante o depoimento na delegacia, mostraram-se frios e não apresentaram sinais de arrependimento.

A inspetora da delegacia Vanessa Combatassy, primeira a tomar o depoimento dos turistas após o crime, declarou que Jonathan, que inicialmente dirigia a van, foi o primeiro a estuprar a moça. Ele teria mandado que ela tirasse a roupa, mas, diante da negativa, deu-lhe dois socos no rosto, que lhe quebraram o nariz. Em seguida, violentou-a. Imediatamente após, o acusado Wallace repetiu a ação. Jonathan teria dito ao adolescente para “aproveitar também”, mas ele se recusou a estuprar a turista. A inspetora informou que a americana ficou nua durante todo crime.

A policial declarou ainda que acompanhou as vítimas a dois hospitais, onde tomaram um coquetel de remédios. “Quando ela soube que o tratamento seria longo, que poderia durar cerca de 20 a 30 dias, entrou em choque e perguntava, incessantemente, se poderia voltar para os Estados Unidos e se tratar lá”, contou a inspetora.  

O inspetor Jaime, da Deat, disse que um frentista informou à polícia a placa da van. Ele teria feito a anotação em virtude do comportamento alterado dos rapazes. A partir dessa informação, foi possível chegar rapidamente ao acusado Jonathan e prendê-lo oito horas após o crime.

O policial declarou também que não houve indícios contra o dono da van, que se mostrou solícito e ajudou na investigação. Revelou ainda que o terceiro réu, Carlos, estava junto com Walace quando este último foi preso, mas que não foi preso nessa ocasião porque, na delegacia, Jonathan dissera que seus comparsas eram Walace e Tiago. Depois, através de fotos do Portal da Segurança da Polícia Civil,  constataram que o suspeito usava o nome de Tiago Felipe e, no Facebook, de Carlos Armando. Ao exibir as fotos para os turistas, Carlos foi reconhecido, e a prisão, decretada.

A defesa de Jonathan quis ouvir duas testemunhas. Elas declararam ao magistrado que conheciam há muito tempo o acusado e que ele sempre foi trabalhador. Uma delas disse ainda que ele recebeu uma boa educação da família e que nunca passou necessidade na vida, embora tenha começado a trabalhar muito cedo. 

Segundo testemunhas, tanto do MP quanto da defesa, as mães de Jonathan e Wallace foram determinantes para que eles confessassem os crimes durante a oitiva oficial na Deat.

Adolescente

Conforme os depoimentos, embora se tenha recusado a violentar a jovem, o adolescente bateu diversas vezes no turista francês utilizando uma barra de ferro. Segundo o inspetor, a polícia não o apreendeu rapidamente, pois não dispunha de informações a seu respeito, as quais só foram obtidas quando duas adolescentes foram à Deat e revelaram que o conheciam de um abrigo. O adolescente já prestou depoimento à Vara da Infância e Juventude.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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