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Polícia

Rio: Vidigal recebe UPP; Cabral anuncia próxima sede para Rocinha

18 jan 2012 - 22h48
(atualizado às 23h00)
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A comunidade do Vidigal, em São Conrado, na zona sul do Rio de Janeiro, recebeu nesta quarta-feira uma sede da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), após a ocupação da região em novembro passado pelas forças de segurança do Estado. Com essa unidade, o município conta agora com 19 UPPs. O governador Sérgio Cabral informou que a próxima comunidade a receber uma UPP será a Rocinha.

De acordo com a Secretaria Estadual de Segurança Pública, cerca de 30 mil moradores do Vidigal e da Chácara do Céu, favela vizinha, serão beneficiados com o policiamento.

Ao todo, 246 soldados recém-formados passarão a fazer parte do cotidiano dos moradores. A sede da UPP do Vidigal ficará no Posto de Orientação Social e Urbanística, e outras três bases de apoio funcionarão em diferentes pontos da comunidade e da Chácara do Céu.

A cerimônia de inauguração contou com a presença de autoridades municipais e estaduais, além de 400 crianças da comunidade que participaram de recreações e atividades esportivas. Ao discursar, o presidente da associação de moradores do Vidigal, Wanderley Ferreira, entregou um documento ao governador Sérgio Cabral solicitando a instalação de uma Unidade de Pronto Atendimento (UPA) no local.

Para Wanderley Ferreira, os benefícios vindos para o Vidigal não devem ser apenas referentes à segurança pública. "Esperamos que não só a paz volte ao local como os benefícios sociais. A UPP Social já é exemplo em outras comunidades pacificadas e queremos muito que ela também venha para cá."

O Vidigal e a Chácara do Céu foram ocupadas pelas forças policiais no dia 13 de novembro do ano passado, em uma ação que contou com 750 homens das polícias Civil e Militar, além de integrantes da Marinha, do Exército, da Aeronáutica e da Polícia Federal.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Agência Brasil Agência Brasil
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