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Polícia

Rio: preso suspeito de receber R$ 200 para incendiar ônibus

24 nov 2010 - 18h55
(atualizado às 21h18)
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Policiais da Delegacia de Homicídios prenderam nesta quarta-feira um suspeito de receber R$ 200 de traficantes da Vila Cruzeiro para incendiar um ônibus pela manhã em Vicente de Carvalho, próximo ao morro do Juramento, zona norte do Rio. Magno Tavares dos Santos, 24 anos, estava armado com uma pistola calibre 380 e corria por uma rua da região quando os policiais o abordaram.

De acordo a polícia, ele mora no complexo do Alemão e admitiu participação no ataque. Segundo o coordenador da assessoria de comunicação da Polícia Militar (PM), coronel Lima Castro, 150 pessoas já foram presas ou apreendidas em função da onda de violência que atinge o Rio desde o final de semana.

Sobe para 25 o número de presos
A Polícia Militar divulgou o segundo balanço parcial das operações realizadas em diversas comunidades do Estado em busca dos responsáveis pelos diversos crimes que atingem o Rio nos últimos dias. A polícia prendeu 25 pessoas e outras 13 morreram nos confrontos nesta quarta-feira. Dois policiais do Batalhão de Operações Especiais (Bope) ficaram feridos nas ações. Desde a segunda-feira, 21 morreram, 153 foram presos ou detidos e 29 veículos foram incendiados.

Nesta quarta-feira, oito pessoas morreram nas comunidades do Guaxá e Jardim Floresta, em Belford Roxo, na Baixada Fluminense. No morro do Faz Quem Quer, em Rocha Miranda, zona norte, a polícia contabiliza três vítimas fatais. No Tuiuti, em São Cristovão, uma pessoa morreu e os policiais apreenderam duas pistolas.

Prisões

Policiais militares do 27º (Santa Cruz) e 14º BPM (Bangu) prenderam cinco acusados de atear fogo em uma van na estrada da Urucânia, em Paciência, e em um ônibus em Santa Cruz, ambos na zona norte do Rio, na manhã desta quarta-feira. Os suspeitos foram detidos durante operação na favela do Rola, em Santa Cruz, nas proximidades do local dos ataques.

Um dos detidos foi reconhecido pela cobradora da van, que teve a perna queimada, e por um dos passageiros do ônibus incendiado. Outras duas pessoas que estavam no veículo ficaram feridas e foram encaminhadas a uma clínica em Paciência. Os acusados foram encaminhados à 36ª DP (Santa Cruz).

Na comunidade Vila Kennedy, em Bangu, na zona oeste da capital, a polícia prendeu um homem com duas bombas caseiras e uma garrafa com líquido inflamável. A polícia acredita que o material seria utilizado para incendiar mais veículos.

Durante as operações, a PM apreendeu ainda um fuzil AR15, uma espingarda calibre 12, uma submetralhadora calibre 9 mm, uma granada, três pistolas 9mm, uma pistola 380, uma pistola 40. Além das armas, os agentes recuperaram uma moto e três mochilas com drogas.

Violência

A onda de ataques teve início na tarde de domingo, dia 21, quando seis homens armados com fuzis abordaram três veículos por volta das 13h na Linha Vermelha, na altura da rodovia Washington Luis. Eles assaltaram os donos dos veículos e incendiaram dois destes carros, abandonando o terceiro.

Enquanto fugia, o grupo atacou um carro oficial do Comando da Aeronáutica (Comaer) que andava em velocidade reduzida devido a uma pane mecânica. A quadrilha chegou a arremessar uma granada contra o utilitário Doblò. O ocupante do veículo, o sargento da Aeronáutica Renato Fernandes da Silva, conseguiu escapar ileso.

Ainda no domingo, em arrastão na Via Dutra, uma quadrilha armada bloqueou um trecho da pista sentido São Paulo, na altura de Pavuna, e roubaram um Kia Cerato e um Prisma. Na ação, uma das vítimas, identificada como Guilherme Feitosa da Silva, 26 anos, foi baleado na cabeça e levado em estado grave para o Hospital Getúlio Vargas.

Na manhã de segunda-feira, cinco bandidos armados atacaram motoristas no Trevo das Margaridas, próximo à avenida Brasil, em Irajá, também na zona norte. Os criminosos roubaram e incendiaram três veículos - uma van de passageiros que fazia o trajeto de Belford Roxo para o Centro, um Monza e um Uno. Também na segunda pela manhã, criminosos armados com fuzis atiraram em uma cabine da PM na rua Monsenhor Félix, em frente ao Cemitério de Irajá. A PM acredita que o incidente tenha sido provocado pelos mesmos bandidos que queimaram os carros no Trevo das Margaridas.

À noite, criminosos atearam fogo em outros dois veículos na rodovia Presidente Dutra, sentido Capital, na altura da Pavuna. Na zona norte, uma cabine da Polícia Militar (PM) foi metralhada próximo ao shopping Nova América, em Del Castilho.

Já na manhã desta terça-feira, dois homens foram mortos a tiros em um Honda Civic na rodovia Washington Luís, altura do km 122. A PM diz que não há relação entre este crime e os ataques anteriores.

O governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, atribuiu a escalada de violência à atuação do Estado no combate à criminalidade nas favelas. "Sem dúvidas isso tem relação com a nossa política de segurança pública", afirmou, referindo-se à implantação de unidades de polícia pacificadora (UPPs).

Nesta terça-feira, a cúpula da Polícia Militar anunciou a operação "Fecha Quartel", que prevê colocar todos os homens nas ruas para reforçar o patrulhamento. A PM informou que reduzirá as folgas dos policiais gradativamente até o ano que vem, além de prometer a contratação de 7 mil policiais. Para o combate ao crime, a corporação ainda utilizará o Batalhão de Choque e 140 motocicletas.

Magno Tavares dos Santos teria recebido dinheiro para incendiar um coletivo
Magno Tavares dos Santos teria recebido dinheiro para incendiar um coletivo
Foto: Paulo Araujo / O Dia
Fonte: O Dia
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