PUBLICIDADE
URGENTE
Saiba como doar qualquer valor para o PIX oficial do Rio Grande do Sul

Polícia

Rio: parecia o Iraque, diz moradora sobre confronto em morro

19 out 2009 - 18h15
(atualizado às 20h32)
Compartilhar
Andrea Bruxellas
Direto do Rio de Janeiro

A rotina no morro dos Macacos, no Rio de Janeiro ainda está longe do normal. O saldo de 21 pessoas mortas resultante do conflito entre traficantes de facções rivais e a polícia no último sábado aterroriza os moradores de Vila Isabel, na zona norte do Rio. "Isso aqui parecia o Iraque. Moro no morro dos Macacos há 35 anos e nunca tinha visto nada parecido", contou a diarista e ajudante da associação de moradores da área nas horas vagas Carla (ela não quis divulgar o sobrenome), 35 anos, que não mandou nenhum dos três filhos para a escola nesta segunda-feira.

Depois do principio de incêndio na Escola Municipal Assis Chateaubriand, em uma das saídas da favela, ela não pensou duas vezes em deixar os filhos na casa da mãe. "Minha mãe mora na parte mais baixa da favela, o que facilita a saída deles se houver um novo confronto. Estou com muito medo", disse.

Carla e outros moradores que vivem próximos a rua Armando de Albuquerque, vizinha à 20ª Delegacia de Polícia, estão sem luz desde sábado. Na troca de tiros, o transformador de luz foi atingido e os moradores da parte mais alta da favela estão no escuro e sem água por não terem como ligar a bomba.

"Só moro aqui por falta de opção. Meu marido, que trabalha no Hospital de Ipanema, precisou faltar o trabalho no sábado", contou a diarista. "Não tinha como sair de casa. Podia ser mais uma vitima das balas perdidas."

Acostumada a esbarrar na favela com traficantes da Amigos dos Amigos (ADA), facção que controla o tráfico de drogas na área, ela diz que não sabe e não vê nada e que essa é a única maneira de se viver muito tempo morando em uma favela.

Fonte: Especial para Terra
Compartilhar
Publicidade