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Polícia

Rio: Justiça nega habeas-corpus a bombeiros presos

7 jun 2011 - 17h19
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O governo do Rio de Janeiro anunciou nesta terça-feira, através de seu perfil na rede social Formspring, que a Justiça negou um pedido de habeas-corpus para um grupo de bombeiros presos após a invasão ao quartel central da corporação. Segundo a juíza Maria Izabel Pena Pieranti, "com o uso da força bruta e praticando verdadeiros desmandos, insurgiram-se, exacerbaram-se e perderam toda e qualquer razão que eventualmente, em algum momento, possam ter tido", afirmou ela. Mais tarde, outra postagem do governo afirmou que "todos os bombeiros militares presos tiveram os pedidos de habeas corpus negados".

Bombeiros mostram contracheque em manifestação por melhores salários no Rio
Bombeiros mostram contracheque em manifestação por melhores salários no Rio
Foto: Guto Maia / Futura Press

A Auditoria Militar do Estado do Rio de Janeiro, que trata de crimes cometidos por bombeiros militares e PMs, foi comunicada formalmente na noite desta segunda-feira da prisão. O subcorregedor da PM, coronel Ronaldo Menezes, entregou o pedido de prisão de todos os envolvidos. A juíza Ana Paula Pena Barros repassou o documento para o Ministério Público, que tem prazo máximo de 20 dias para se pronunciar sobre a legalidade da prisão. Em seguida, o caso volta à juíza, que deverá decidir se revoga ou mantém a prisão dos militares.

O presidente da Associação de Cabos e Soldados do Corpo de Bombeiros, Nilo Guerreiro, havia dito que 13 associações de classe, que representam os bombeiros e PMs, ingressariam com um habeas corpus coletivo na Justiça, pedindo a soltura dos 439 bombeiros.

Os agentes detidos no sábado estão divididos em dois grupos: a maior parte dorme no quartel do bairro de Charitas, em Niterói (RJ), e o restante, no Grupamento Especial Prisional (GEP) do Corpo de Bombeiros, em São Cristóvão, zona norte da capital fluminense.

Bombeiros na cadeia

Cerca de 2 mil bombeiros que protestavam por melhores salários invadiram o quartel do Comando-Geral dos Bombeiros, na praça da República, em 3 de junho. Os manifestantes chegaram a usar mulheres como escudo humano para impedir a entrada da cavalaria da Polícia Militar no local. No entanto, o Batalhão de Choque da Polícia Militar (Bope) invadiu o quartel por volta das 6h do dia seguinte e prendeu 439 bombeiros.

Os integrantes do protesto responderão pelos crimes de motim, dano ao aparelhamento militar (carros e mobiliário), dano a estabelecimento (quartel) e inutilização do meio destinado a salvamentos (impedir que carros saíssem para socorro). Dados oficiais apontam que os manifestantes danificaram viaturas, arrombaram portas do quartel e saquearam alimentos.

A situação vinha se tornando mais tensa desde maio, quando uma greve de guarda-vidas, que durou 17 dias, levou cinco militares à prisão. A paralisação acabou sendo encerrada por determinação da Justiça. Os bombeiros alegavam não ter recebido contraproposta do Estado sobre a reivindicação de aumento do piso mínimo para R$ 2 mil. Segundo eles, os profissionais recebem cerca de R$ 950 por mês.

Fonte: Terra
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