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Polícia

Rio: juíza decretou prisão de 2 PMs horas antes de ser morta

12 ago 2011 - 16h39
(atualizado às 17h36)
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Conhecida por combater a ação de milicianos, traficantes e policiais criminosos, a juíza Patrícia Acioli, 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, havia decretado a prisão preventiva de dois policiais militares do 7º BPM (Alcântara) horas antes de ser assassinada em frente a sua casa, em Niterói, na noite de quinta-feira. Os PMs Carlos Adílio Maciel e Sammy dos Santos Quintanilha foram acusados de forjar um auto de resistência (morte em confronto) em junho, em São Gonçalo.

Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Patrícia foi assassinada quando chegava a sua casa, em Niterói
Foto: Reprodução

A magistrada, que já havia sido ameaçada, decretou em janeiro a prisão de seis policiais também acusados de forjar auto de resistência. No início desta semana, ela condenou um tenente da PM pela morte de um adolescente em uma boate em São Gonçalo, em 2008.

Segundo um primo da magistrada, Humberto Nascimento, Patrícia começou a carreira como defensora pública na Baixada Fluminense e, nesta época, chegou a ter o carro metralhado. O primo afirmou ter ouvido da magistrada que sofria intimidações de milicianos e traficantes. "Ela recebia ameaças há pelo menos cinco, seis anos. Sempre conversávamos nos encontros de família e ela relatava que recebia ameaças, mas evitava entrar em detalhes para não assustar as pessoas. Era uma rotina, mas ela já nem ligava mais para isso, pois é rotina de um juiz criminal ser ameaçado", afirmou.

De acordo com o Tribunal de Justiça do Rio, Patrícia não havia solicitado segurança. O presidente do TJ, Manoel Alberto Rebêlo dos Santos, confirmou que a magistrada recebeu proteção de três policiais entre 2002 e 2007 por iniciativa do próprio tribunal. Segundo ele, também foi o TJ que julgou desnecessária a manutenção da escolta, reduzindo para apenas um policial a partir de 2007. Na ocasião, porém, a juíza optou por dispensar a proteção, segundo ele.

Juíza estava em "lista negra" de criminosos

A juíza Patrícia Lourival Acioli, da 4ª Vara Criminal de São Gonçalo, foi assassinada a tiros dentro de seu carro, por volta das 23h30 do dia 11 de agosto, na porta de sua residência em Piratininga, Niterói, na região metropolitana do Rio de Janeiro. Segundo testemunhas, ela foi atacada por homens em duas motos e dois carros. Foram disparados pelo menos 15 tiros de pistolas calibres 40 e 45, sendo oito diretamente no vidro do motorista.

Patrícia, 47 anos, foi a responsável pela prisão de quatro cabos da PM e uma mulher, em setembro de 2010, acusados de integrar um grupo de extermínio de São Gonçalo. Ela estava em uma "lista negra" com 12 nomes possivelmente marcados para a morte, encontrada com Wanderson Silva Tavares, o Gordinho, preso em janeiro de 2011 em Guarapari (ES) e considerado o chefe da quadrilha. Familiares relataram que Patrícia já havia sofrido ameaças e teve seu carro metralhado quando era defensora pública.

Fonte: O Dia
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