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Polícia

Rio: falta de adesão motivou parada em greve, diz líder da Civil

11 fev 2012 - 21h04
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Giuliander Carpes
Direto do Rio de Janeiro

A falta de adesão da maioria dos policiais civis motivou a interrupção da greve pelo sindicato da categoria. "Quem encerra movimento grevista é a assembleia dos policiais, que deve ocorrer na próxima quarta-feira. Mas não existe reivindicação sem adesão. Então o sindicato optou por fazer uma interrupção", afirmou neste sábado o inspetor Francisco Chao, diretor do Sindpol. Amanhã, durante ato para apoiar o cabo Benevenuto Daciolo, preso na madrugada de quinta-feira, os bombeiros devem definir se tomam o mesmo rumo dos policiais civis.

O movimento começou com ameaças de paralisação total em assembleia na noite de quinta-feira, mas o que se viu a partir de então foram paralisações isoladas e a resposta imediata dos comandos com prisões, que deixaram policiais e bombeiros apreensivos e desmobilizados. "Não podemos querer manter um movimento que acabe prejudicando a sociedade", justificou Chao.

Os policiais militares também mantêm a greve, mas o movimento também está fragilizado. Os próprios agentes da PM que fizeram a segurança dos blocos de carnaval nos últimos dois dias manifestaram contrariedade à greve. "Não existe paralisação. Seria covardia deixar a população na mão num dos momentos que mais precisa, que é durante o carnaval", disse o subtenente Silva Filho, que fazia a guarda do bloco Simpatia É Quase Amor, que desfilou em Ipanema na tarde deste sábado.

A greve no Rio

Policiais civis, militares e bombeiros do Rio de Janeiro confirmaram, no dia 9 de fevereiro, que entrariam em greve. A opção pela paralisação foi ratificada em assembleia na Cinelândia, no Centro, que reuniu pelo menos 2 mil pessoas.

A orientação do movimento é que apenas 30% dos policiais civis fiquem nas ruas durante a greve. Os militares foram orientados a permanecerem junto a suas famílias nos quartéis e não sair para nenhuma ocorrência, o que deve ficar a cargo do Exército e da Força Nacional, que já haviam definido preventivamente a cessão de 14,3 mil homens para atuarem no Rio em caso de greve.

Os bombeiros prometem uma espécie de operação padrão. Garantem que vão atender serviços essenciais à população, especialmente resgates que envolvam vidas em risco, além de incêndios e recolhimento de corpos. Os salva-vidas que trabalham nas praias devem trabalhar sem a farda, segundo o movimento grevista.

Policiais e bombeiros exigem piso salarial de R$ 3,5 mil. Atualmente, o salário base fica em torno de R$ 1,1 mil, fora as gratificações. O movimento grevista quer também a libertação do cabo bombeiro Benevenuto Daciolo, detido administrativamente na noite de quarta-feira e com prisão preventiva decretada, acusado de incitar atos violentos durante a greve de policiais na Bahia.

Policiais e bombeiros do Rio se reuniram na Cinelândia para votar indicativo de greve
Policiais e bombeiros do Rio se reuniram na Cinelândia para votar indicativo de greve
Foto: Luiz Gomes / Futura Press
Fonte: Terra
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