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Polícia

Rio: Bope apreende fuzil e drogas na favela da Rocinha

23 nov 2011 - 15h40
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Agentes do Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) apreenderam na manhã desta quarta-feira um fuzil e mais de 1,3 mil frascos de loló na favela da Rocinha, zona sul do Rio de Janeiro. Durante a operação, foram apreendidas também cerca de 100 máquinas caça-níqueis em uma casa.

O secretário de Segurança do RJ, José Mariano Beltrame, visitou a favela da Rocinha após a ocupação
O secretário de Segurança do RJ, José Mariano Beltrame, visitou a favela da Rocinha após a ocupação
Foto: Jadson Marques / Futura Press

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Os agentes encontraram ainda 123 tabletes de maconha, três pistolas, 30 munições, quatro carregadores, duas granadas, três capas de coletes, dois cintos operacionais, quatro coldres operacionais, um par de coturnos, cinco radiotransmissores, uma balança de precisão e materiais de TV a cabo.

Desde o início da Operação Choque de Paz, que ocupou a favela em há 10 dias, as forças de segurança apreenderam 194 armas de fogo - entre elas, 78 fuzis -, 28 mil munições e 199 explosivos, além de drogas, caça níqueis, TVs a cabo clandestinas e material para refino de cocaína.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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