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Polícia

Rio: Beltrame diz que não vai recuar e dobra policiamento na Rocinha

4 abr 2012 - 17h22
(atualizado às 17h29)
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Cirilo Junior
Direto do Rio de Janeiro

Apesar dos problemas que vêm ocorrendo na ocupação da Rocinha, o secretário de Segurança Pública do Rio, José Mariano Beltrame, disse nesta quarta-feira que não vai mudar a estratégia de implementação da Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). Ele reafirmou que os problemas enfrentados na pacificação da maior favela do País já eram esperados, e que por isso, não vai recuar "1 mm" do planejamento traçado.

"Ninguém vai trabalhar com gosto de sangue na boca. Existe um plano, um projeto. A mudança se dá dentro de processo. Dizer que vamos arrumar a Rocinha agora na Páscoa é ser mercenário de ilusões", afirmou, em entrevista coletiva.

Beltrame se referia especificamente ao assassinato do cabo Rodrigo Alves Cavalcante, 33 anos, lotado no Batalhão de Choque, na madrugada desta quarta-feira. Segundo a PM, ele e mais sete policiais faziam a abordagem de um suspeito que fugiu e acertou o cabo com um tiro de pistola 9 mm. A polícia já identificou um suspeito, a partir de uma mochila encontrada com uma identidade e a mesma munição que atingiu o PM. O homem, segundo a chefe de Polícia Civil, Martha Rocha, já tem passagens pela polícia.

Com o crime, o 8º assassinato em pouco mais de 40 dias na comunidade, a secretaria de Segurança decidiu intensificar o policiamento na Rocinha. Até o fim da semana, serão 643 homens se revezando. Atualmente, o efetivo total na favela é de 350 PMs.

"Não dá para pensar que um processo de pacificação em áreas abandonadas há décadas vai acontecer sem nada. Quem disser isso é mentiroso. Estamos contrariando interesses, pessoas que não estão acostumadas a serem contrariadas", observou Beltrame.

Por ora, não há qualquer plano de colocação de homens do Exército para reforçar o policiamento na Rocinha. Alterar o cronograma de implementação das UPPs devido aos problemas também foi descartado por Beltrame. Ele, no entanto, garantiu que não vai partir para a colocação de uma nova unidade pacificadora sem que um projeto em andamento esteja consolidado. "Não vamos avançar sem consolidar. Não podemos avançar sem consolidar a Mangueira, por exemplo", comentou.

Fonte: Terra
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