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Polícia

Promotora do caso Eloá aposta na condenação de Lindemberg

10 fev 2012 - 13h44
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Marina Novaes
Direto de São Paulo

A promotora de Justiça Daniela Hashimoto, responsável pela acusação contra Lindemberg Alves, disse nesta sexta-feira acreditar na condenação do jovem, acusado de matar a ex-namorada Eloá Pimentel, 15 anos, em 2008.

Lindemberg manteve Eloá em cárcere privado em outubro de 2008
Lindemberg manteve Eloá em cárcere privado em outubro de 2008
Foto: Reinaldo Marques / Terra

O julgamento começará na próxima segunda-feira em Santo André (Grande São Paulo), e pode durar até quatro dias, já que 19 testemunhas foram convocadas, sendo cinco delas pelo Ministério Público (MP) e 14 pela defesa do rapaz.

Lindemberg é acusado de cometer 12 crimes, entre eles o homicídio duplamente qualificado de Eloá; a tentativa de assassinato da amiga dela, Nayara Rodrigues da Silva; a tentativa de homicídio contra o sargento da PM Atos Antônio Valeriano, que atuava na negociação pela soltura das jovens; cárcere privado e disparos de arma de fogo.

Segundo a promotora, a pena dele pode variar entre cerca de 50 e 100 anos de prisão (podendo ultrapassar esse número), considerando que ele seja condenado por todos os crimes de que é acusado. Atualmente, Lindemberg aguarda o julgamento na penitenciária de Tremembé (SP).

Para ela, as chances de condenação são muito fortes, devido às provas contra ele e pelo fato de o acusado "sempre ter tido a intenção de matá-la". "Ele entrou na casa com a intenção de matá-la. O fato de a negociação com a PM ter demorado pode ter postergado um pouco ou muito o ato, mas para a acusação é claro que ele queria matá-la desde o começo. Ele teve oportunidade de se render e não o fez", disse Daniela.

A promotora tentará comprovar que, apesar de ser réu primário e de não ter antecedentes de violência, conforme alega a defesa, Lindemberg é violento e manipulador. "Ele é uma pessoa de comportamento violento, agressivo, possessivo e manipulador. ... O que ele sentia pela Eloá não era ciúmes, era possessão. Ele a transformou em um objeto para sua posse", analisou a promotora.

Para comprovar que Lindemberg já demonstrava um comportamento agressivo antes de fazer Eloá refém, em 13 de outubro de 2008, a promotora ouvirá o irmão mais velho da vítima, Ronickson, que relatou à promotoria que o jovem era violento. Ele será o único membro da família de Eloá a depor, já que o MP dispensou a convocação da mãe e do irmão mais novo dela, para evitar "sensacionalismo" em torno do caso.

O Ministério Público também pediu para ouvir, além de Ronickson, os estudantes Victor Lopes de Campos e Iago Vilela de Oliveira, que estavam no apartamento de Eloá no momento em que o local foi invadido, além de Nayara e do sargento Atos.

Já a defesa convocou 14 pessoas, entre elas seis jornalistas - como a apresentadora da Rede TV! Sônia Abrão -, um advogado que participou das negociações, dois policiais militares do Gate, o delegado da Polícia Civil Sérgio Luditza, e quatro peritos criminais.

O júri será composto por sete jurados, todos moradores de Santo André, que serão sorteadas entre um grupo de 25 pessoas na próxima segunda-feira.

Fonte: Terra
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