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Polícia

Procurado em megaoperação no Rio seria 'novo' Beira-Mar

3 set 2009 - 22h48
(atualizado às 22h52)
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As polícias Civil, Militar e Federal mobilizaram cerca de 200 homens nesta quinta-feira para prender o suposto traficante Rogério Rios Mosqueira, o Roupinol, na favela da Rocinha, em São Conrado, no Rio de Janeiro. A ação resultou num intenso tiroteio que deixou mais de 2 mil estudantes sem aulas, paralisou obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e fechou um túnel e parte do comércio da comunidade. Ninguém ficou ferido. Roupinol, segundo policiais civis, é considerado hoje uma espécie de Fernandinho Beira-Mar da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), que controla a Rocinha.

Apesar dos problemas que causou, a operação não surtiu o efeito desejado. Roupinol não foi encontrado e apenas uma pessoa acabou presa. Os policiais apreenderam cerca de 20 motos, um carro roubado e blusas falsas da PM, além de desmantelar uma central clandestina de TV a cabo.

Investigações indicam que ele seria responsável pelo comércio de cerca de 300 kg de pasta-base de cocaína, por mês, transformados em uma tonelada para consumo.

Há pelo menos seis meses, Roupinol estaria escondido na Rocinha, de onde não sairia para nada, nem mesmo para os seus grandes redutos, o morro de São Carlos, no Estácio, na zona central do Rio, e favelas de Macaé, no norte do Estado. É um dos principais suspeitos de ter matado, no ano passado, três jovens do morro da Providência, entregues por militares do Exército a traficantes da ADA.

Junto com os traficantes da Rocinha, Roupinol estaria planejando uma invasão a duas favelas do Complexo da Maré - Vila dos Pinheiros e Vila do João - dominadas pela facção rival Terceiro Comando Puro (TCP). Segundo a polícia, vários bandidos da ADA estão escondidos no Complexo de Favelas do Caju, na zona portuária, se preparando para o ataque.

A operação começou por volta das 6h30 e teve o apoio de helicópteros e de veículos blindados. Os policiais foram recebidos a tiros. O túnel Zuzu Angel teve que ser fechado para a passagem do comboio policial, que saiu da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão.

Sem aulas

Por conta dos tiros, duas escolas municipais - Abelardo Chacrinha e Paula Brito - o Ciep Bento Rubião e as creches Castelinho e Jacyra Frazão não funcionaram, deixando 2.370 crianças sem aulas.

Cerca de 350 operários que trabalham no PAC tiveram que ser removidos da favela e foram levados para um complexo esportivo na auto-estrada Lagoa-Barra. Várias lojas não abriram.

Outro alvo da operação era o suposto chefe do tráfico na Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, que também escapou. A maioria das motos apreendidas estava sem placas e seria usada em assaltos. O Toyota Hilux, seria utilizado por Roupinol.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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