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Polícia

Preso no Rio suspeito de matar líder comunitário da Rocinha

26 abr 2012 - 22h58
(atualizado às 23h01)
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A polícia prendeu nesta quinta-feira, no Rio de Janeiro, o suspeito de ter assassinado o presidente da associação de moradores da Rocinha, Vanderlan de Barros Oliveira, o Feijão, no dia 26 de março deste ano. Wellington Cipriano da Silva Filho, conhecido como Vasquinho, foi detido por agentes do Batalhão de Choque da Polícia Militar.

Os PMs chegaram até o criminoso por meio de informações passadas ao Disque-Denúncia. Vasquinho é apontado pela polícia como o autor dos disparos. Ele foi encontrado em uma casa na localidade Vila Verde, na Rocinha. Com o suspeito, foram apreendidas duas pistolas.

O outro acusado de envolvimento no crime, Thiago Martins Cafieiro, o FM, 30 anos, foi preso no dia 12 de abril. Ele já respondia a processo na Justiça por tráfico de drogas.

Segundo a polícia, Feijão foi assassinado com tiros nas costas próximo à sede da associação de moradores do bairro Barcelos. Os autores do crime estavam em uma motocicleta. O líder comunitário era apontado pela polícia como o braço-direito do traficante Antônio Francisco Bomfim Lopes, o Nem.

Nem e a tomada da Rocinha
O chefe do tráfico da favela da Rocinha, Antônio Francisco Bonfim Lopes, o Nem, foi preso pelo Batalhão de Choque da Polícia Militar no início da madrugada de 10 de novembro. Um dos líderes mais importantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA), ele estava escondido no porta-malas de um carro parado em uma blitz por estar com a suspensão baixa, em uma das saídas da maior favela da América Latina -, que havia sido cercada por policiais na noite do dia 8 de novembro.

Desde o dia anterior, a polícia já investigava denúncias de um possível plano para retirar o traficante da Rocinha. Além de Nem, três homens estavam no carro. Um se identificou como cônsul do Congo, o outro como funcionário do cônsul, e um terceiro como advogado - a embaixada da República do Congo, entretanto, informou não ter consulados no Rio. Os PMs pediram para revistar o carro, mas o trio se negou, alegando imunidade diplomática. Os agentes decidiram, então, escoltar o veículo até a sede da Polícia Federal. No caminho, porém, os ocupantes pediram para parar o carro e ofereceram R$ 1 milhão para serem liberados. Neste momento, os PMs abriram o porta-malas e encontraram Nem, que se escondia com R$ 59,9 mil e 50,5 mil euros em dinheiro.

Nem estava no comando do tráfico da Rocinha e do Vidigal, em São Conrado, junto de João Rafael da Silva, o Joca, desde outubro de 2005, quando substituiu o traficante Bem-te-vi, que foi morto. Com 35 anos, dez de crime e cinco como o chefe das bocas de fumo mais rentáveis da cidade, ele tinha nove mandados de prisão por tráfico de drogas, homicídio e lavagem de dinheiro. Nem possuía um arsenal de pelo menos 150 fuzis, adquiridos por meio da venda de maconha, cocaína e ecstasy, sendo a última a única droga consumida por ele. Com isso, movimentaria cerca de R$ 3 milhões por mês, graças à existência de refinarias de cocaína dentro da favela.

O fim do domínio de Nem na Rocinha foi o último obstáculo à entrada das forças de segurança na favela para a instalação de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP). Na madrugada do dia 13 de novembro, agentes das polícias Civil, Militar e Federal, além de homens das Forças Armadas, iniciaram a ocupação do local escoltados por um forte aparato. No entanto, os traficantes já haviam deixado a comunidade, e a operação foi concluída sem qualquer confronto.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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