PUBLICIDADE

Polícia

PR: sindicato diz que prisão de policiais é insana, covarde e temerária

Eles são acusados de torturarem quatro funcionários suspeitos de ter estuprado e matado Tayná Adriane da Silva

19 jul 2013 - 12h27
(atualizado às 12h31)
Compartilhar
Exibir comentários
Tayná foi morta no dia 25 de junho, em Colombo (PR)
Tayná foi morta no dia 25 de junho, em Colombo (PR)
Foto: Facebook / Reprodução

O Sindicato dos Delegados de Polícia do Paraná (Sindepol-PR) divulgou uma nota de repúdio na quinta-feira onde classificou como "insana" a prisão de dez homens, entre integrantes das polícias Civil e Militar do Estado, em Colombo, município da região metropolitana de Curitiba. Eles são acusados de torturarem quatro funcionários suspeitos de ter estuprado e matado a adolescente Tayná Adriane da Silva, 14 anos, em um parque de diversões na cidade no final de junho. 

"As palavras dos suspeitos da morte da adolescente foi recebida como verdade incontestável. Nossos policiais poderiam ser intimados para serem ouvidos, portanto a prisão é uma medida injusta, covarde, absurda e temerária. Todas as medidas necessárias serão adotadas para corrigir esta insanidade. Concordamos com a punição de qualquer policial que tenha praticado desvios de conduta, mas a presunção de inocência não pode ser esquecida, mesmo quando o acusado é um policial", diz o comunicado assinado pelo presidente da entidade, Jairo Estorilio, e o vice, Claudio Marques Rolin e Silva. 

Segundo o Sindepol, houve forma diferenciada de tratamento dispensada aos integrantes da Polícia Judiciária e cita uma recente denúncia de tortura envolvendo o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público. "Por se tratar de seres humanos 'diferenciados', o próprio Gaeco se encarregou de investigar e 'concluiu' que não houve tortura. Ninguém foi punido. Ninguém foi afastado. Ninguém foi preso. Ser torturado pelo Gaeco deve ser considerado uma honra”, justifica.

Na nota, a entidade alega que não existem elementos autorizadores da prisão preventiva dos policiais e que o reconhecimento fotográfico "é uma prova irrelevante, pois é óbvio que todos os policiais que participaram das diligências visando apurar a morte da adolescente Tayná seriam reconhecidos. Fato este que qualquer pessoa de inteligência mediana deveria compreender", ironiza o comunicado.

De acordo com o Sindepol, a preocupação é quanto a possibilidade desse caso abrir procedentes. "Doravante, qualquer preso decidirá qual integrante da Polícia Judiciária será preso. Bastará agredir um detento e instruí-lo a dizer que foi agredido por um policial do plantão", alerta. 

Outra questão abordada e criticada pelo sindicato é a permanência de presos em delegacias de polícia. A entidade faz, inclusive, uma ameaça: a de retirar os investigadores de suas funções referentes à guarda de presos. "É uma afronta aos direitos humanos dos presos e dos policiais. Defendemos uma medida radical, porém legal. Ou retira-se os presos imediatamente das unidades policiais, ou retiramos nossos investigadores de qualquer função que se refira a guarda de presos. Reafirmamos nosso compromisso com a defesa incondicional dos direitos humanos, porém o policial também é um ser humano e como tal deve ser respeitado, não podendo sofrer punição tão severa antes mesmo de ter o direito de dar a sua versão dos fatos", completa a nota. 

Fonte: Terra
Compartilhar
Publicidade
Publicidade