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Polícia

PR: polícia indicia 4 por mortes em UTI e advogado tenta libertar médica

4 mar 2013 - 21h00
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<p>A m&eacute;dica chefe da UTI do Hospital Evang&eacute;lico, Virg&iacute;nia Helena Soares de Souza, foi indiciada</p>
A médica chefe da UTI do Hospital Evangélico, Virgínia Helena Soares de Souza, foi indiciada
Foto: Henry Milléo/Gazeta do Povo / Futura Press

A Polícia Civil do Paraná entregou ao Ministério Público do Estado na noite desta segunda-feira o inquérito policial aberto para investigar a suposta antecipação de óbitos na UTI Geral do Hospital Evangélico de Curitiba. O crime ocorreria sob o comando da médica chefe da UTI, Virgínia Soares de Souza, presa no último dia 19 de fevereiro, e teria a participação de outros três médicos e uma enfermeira, que tiveram a prisão preventiva decretada no último dia 23. São mais de mil páginas, com o depoimento de 100 testemunhas, 32 horas de transcrições de conversas telefônicas, prontuários médicos e exames de necropsia.

A médica é responsabilizada por cinco mortes, e a Polícia Civil pede que Virgínia e os demais investigados sejam denunciados por homicídio qualificado e formação de quadrilha. A Polícia Civil, que chegou a anunciar uma entrevista coletiva para explicar o inquérito, não se pronunciou sobre o caso. O Ministério Público emitiu uma nota informando que a Promotoria de Proteção à Saúde Pública tem prazo de cinco dias para a análise dos volumes da investigação e o oferecimento de denúncia, e que só se manifestará após o esgotamento deste prazo legal, no próximo dia 11.

O advogado da médica, Elias Mattar Assad, informou que estuda pedir o relaxamento da prisão de sua cliente por excesso de prazo. "Está no artigo 10º do Código Penal, o inquérito tem que ser entregue até 10 dias após a prisão, e a doutora Virgínia já está presa há 12 dias", disse.

Assad voltou a questionar o inquérito e afirmar que não há nenhuma prova de crime na investigação do Núcleo de Repressão a Crimes contra a Saúde da Polícia Civil. "O que a polícia entregou foi um monte de papéis que não provam nada. Quiseram impressionar pelo volume, mas há páginas e páginas de prontuários médicos, dizendo como o paciente chegou ao hospital, que ambulância que o levou, que procedimentos foram feitos, que medicações foram aplicadas, e nada que prove que o paciente morreu por interferência dela", afirmou. "É a estratégia da confusão, querem que se ache uma prova no monte de papéis que entregaram, mas vários zeros somados dá zero", disse ele.

Assad voltou a questionar a ausência de fato criminoso. "Se é de homicídio qualificado que estão acusando, não deveria haver um inquérito, e sim cinco, um para cada morte, pois cada caso é um caso diferente. Então, nem sei o que ela está investigando, não há fato determinado", afirmou.

O advogado ainda contestou os depoimentos colhidos e a interpretação das gravações. "Ela é médica, e (é) só (ela) quem sabe quando ainda é possível tentar salvar uma pessoa e quando não é mais. Se ela falou que o próximo seria o Ivo (trecho de uma gravação), é porque ela sabia que, dos que estavam internados naquele momento, a situação do Ivo era a mais delicada e era ele que estava para partir mesmo", justificou. "Se existisse um laudo do IML comprobatório de fato criminoso, valeria mais que mil depoimentos ou papeluchos que nada provam", disse.

Fonte: Especial para Terra
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