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Polícia

PR: polícia apresenta imagens de suspeito de execução de advogado

Acusado seria matador profissional e extremamente perigoso, segundo delegada

17 jul 2013 - 19h39
(atualizado às 20h27)
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Paulo Berechavinski, 52 anos, que se apresenta também como Miguelzinho ou Hélio Ribeiro, é apontado como matador profissional e tem condenações por homicídios, roubos e furtos
Paulo Berechavinski, 52 anos, que se apresenta também como Miguelzinho ou Hélio Ribeiro, é apontado como matador profissional e tem condenações por homicídios, roubos e furtos
Foto: Polícia Civil / Divulgação

Menos de 24 horas após a divulgação no Terra de imagens exclusivas de câmeras de monitoramento que captaram a execução do advogado Roberto Teixeira Duarte, 37 anos, na última sexta-feira (12), em Campo Mourão, a 460 quilômetros de Curitiba, a Polícia Civil do Paraná apresentou a ficha do principal suspeito pela execução, que está foragido. 

Paulo Berechavinski, 52 anos, que se apresenta também como Miguelzinho ou Hélio Ribeiro, é apontado como matador profissional e tem condenações por homicídios, roubos e furtos nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul. No ano passado, ele fugiu da penitenciária de Maringá, onde cumpria pena de 30 anos por homicídio. 

Segundo a polícia, Berechavinski é apontado como responsável por mais de 30 assassinatos. "Ele é um indivíduo extremamente perigoso e mata por encomenda", alertou a delegada Maria Nysa Moreira Nanny, responsável pelo caso. 

Câmeras registram assassinato de advogado executado com 4 tiros no PR:

Em entrevista coletiva na tarde desta quarta-feira, a delegada Maria Nysa disse que a polícia já havia identificado o acusado após analisar as imagens de monitoramento no dia do crime, mas não conseguiu localizá-lo. A divulgação das imagens do crime no Terra provocaram várias denúncias, através do Disque-Denúncia, informando sobre a suposta participação do homem na execução do assassinato. 

Mesmo com a cabeça protegida por um capacete durante o crime, a forma de caminhar e uma deficiência nas articulações superiores - características idênticas à de Berechavinski - foram os detalhes que levaram a polícia a apontá-lo como principal suspeito da execução. 

Além da suposta identificação do executor, a polícia trabalha ainda com uma relação de suspeitos de serem os mandantes do crime. "Estamos periciando outras imagens e um computador portátil, além de uma série de documentos apreendidos. A linha de investigação aponta inicialmente apenas que houve encomenda no crime, mas ainda não podemos divulgar os reais motivos e os mandantes. Ninguém está descartado", disse a delegada. 

Segundo Maria Nysa, as investigações serão desenvolvidas sob sigilo. Para ela, a divulgação das imagens pode ajudar na captura do executor do crime, mas também pode levar as pessoas a uma análise equivocada. 

Fontes policiais informaram que a execução do advogado pode estar relacionada às atividades de agiotagem que ele exercia e a seu patrimônio, estimado em R$ 30 milhões.

Ex-presidiário

Advogado, Roberto Teixeira não atuava na profissão há algum tempo, apesar de possuir registro na Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). Ele já havia cumprido pena no presídio da cidade pelo crime de extorsão mediante sequestro. 

Delegada Maria Nysa disse que tem relação de suspeitos como mandantes do crime
Delegada Maria Nysa disse que tem relação de suspeitos como mandantes do crime
Foto: Carlos Ohara / Especial para Terra

No ano de 2000 ele foi sentenciado a seis anos e oito meses de reclusão por participar de uma quadrilha que envolvia policias civis e rodoviários. O grupo exigia dinheiro de pessoas envolvidas em contravenções ou infrações administrativas sob a ameaça de detenção na delegacia de Campo Mourão. 

Em 2002, Teixeira foi destaque no noticiário nacional ao lado do então delegado da cidade, Roberval Butaccini, afastado do cargo pela Secretaria de Segurança do Paraná, após ter levado o advogado para jantar em sua residência. Na época, o advogado cumpria pena na delegacia comandada por Butaccini. O delegado alegou que era amigo de longa data do advogado preso e que o havia "escoltado" durante o jantar.

Após cumprir pena, Teixeira estaria atuando no ramo da agiotagem e conseguido um patrimônio milionário em pouco tempo, de acordo com investigações da polícia.  

Execução

Imagens de câmeras de segurança captaram o exato momento em que Roberto Teixeira Duarte foi executado. Um vídeo divulgado na terça-feira mostra cenas do advogado saindo do interior de uma funilaria, onde havia levado sua caminhonete para o conserto. 

Roberto aguardava a chegada da mulher, que iria buscá-lo no local. Nas imagens, o advogado vai até a rua, tenta localizar a mulher, e retorna até a calçada, onde conversa com um funcionário do estabelecimento.

Segundos depois, a gravação mostra a chegada de um motociclista que passa pelo local em velocidade reduzida e para logo à frente. Antes de descer, ele olha para a avenida como se esperasse a chegada de alguém ou quisesse verificar o movimento da via. 

Na sequência, o homem desce da moto e, sem tirar o capacete, caminha em direção ao advogado, retirando a arma da cintura. Pelas costas, o motociclista faz o primeiro disparo em direção à cabeça da vítima. Surpreendido, Roberto se abaixa e consegue se esquivar da bala. Imediatamente, o assassino faz um segundo e um terceiro disparo, atingindo o advogado ainda durante a queda. Antes de fugir, o atirador retorna para disparar novamente. 

As cenas mostram ainda a chegada da mulher do advogado. Enquanto o motociclista foge, desce do carro e corre de encontro ao corpo da vítima, que morreu no local, antes de ser atendido.

Fonte: Especial para Terra
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