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Polícia

Por falta de creche, mãe cria filha na cadeia há 2 anos no Piauí

Mulher foi presa quando estava grávida, acusada de tráfico de drogas, e não foi julgada até o momento

20 mai 2013 - 17h41
(atualizado às 17h42)
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Uma criança de 2 anos de idade vive desde que nasceu com a mãe dentro de uma cela na Penitenciária Feminina de Teresina (PI) devido à falta de unidade materno-infantil no local. A menina tem manchas por todo o corpo e doença de difícil diagnóstico. A mulher foi presa quando estava grávida, acusada de tráfico de drogas, e não foi julgada até o momento por conta da demora na tramitação de seu processo.

"A mãe desconfia que a menina tenha estresse da prisão", relatou o juiz Marcelo Menezes Loureiro, coordenador do mutirão carcerário que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) realiza no Piauí. Segundo ele, a lentidão é generalizada no Estado, onde 70% dos 2,9 mil detentos são provisórios, o maior índice do País. "Ouvimos relatos de pessoas que disseram estar presas há mais de quatro anos, no regime fechado, sem julgamento", informou o coordenador do mutirão.

A inspeção na Penitenciária Feminina de Teresina ocorreu na última sexta-feira, quando a equipe do CNJ constatou que a unidade dispõe de estrutura adequada e não é superlotada. O que chamou atenção da Justiça foi o excesso de presas provisórias, que dividem o espaço com condenadas.

O mesmo problema foi verificado, também na sexta-feira, durante inspeção na Penitenciária Regional de Teresina, onde 54% dos 379 detentos ainda não foram julgados. Muitos protestaram contra a água, que seria pouca e imprópria para consumo, e com a qualidade da comida. O mutirão carcerário no Piauí foi iniciado em 15 de maio e vai se estender até 14 de junho.

Fonte: Terra
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