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Polícia

Policiais podem ter matado jornalistas, diz chefe de polícia de MG

Em pouco mais de 1 mês, dois jornalistas foram mortos no Estado e Polícia Civil admite que policiais civis e militares podem estar envolvidos

19 abr 2013 - 18h30
(atualizado às 18h31)
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O fotojornalista Walgney Assis, 43 anos, levou três tiros quando estava em um pesqueiro na cidade de Coronel Fabriciano
Foto: Reprodução

O chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, Cylton Brandão da Matta, afirmou nesta sexta-feira que os assassinatos ocorridos nos últimos anos no Vale do Aço podem ter o envolvimento de policiais civis e militares. Ele descartou, porém, a existência de um grupo de extermínio na região. No último domingo, o fotojornalista Walgney Assis, 43 anos, levou três tiros quando estava em um pesqueiro na cidade de Coronel Fabriciano, próximo a Ipatinga, onde, há cerca de um mês, o radialista Rodrigo Neto também foi assassinado.

MG: segundo jornalista é morto em pouco mais de 1 mês

Segundo testemunhas, Walgney foi morto por um homem encapuzado. De acordo com a Polícia Militar, na noite do domingo, o homem entrou no estabelecimento e, sem falar nada, disparou três tiros à queima-roupa contra Walgney, sendo que um acertou a cabeça da vítima. Ele prestava serviços para o Jornal Vale do Aço e também fazia imagens de crimes para a Polícia Civil da região.

O chefe da Polícia Civil confirmou que a Corregedoria da corporação foi informada que o jornalista corria risco de vida. “O comunicado foi feito ao delegado Antônio Gama e ele imediatamente acionou a nossa equipe aqui em Ipatinga. Carvalho foi ouvido, disse que não se sentia ameaçado e que não precisava de proteção. Isso está nos autos e assinado por ele", informou Cylton.

Ele anunciou hoje mudanças no comando da corporação na região: o delegado-corregedor Elder Dângelo passa a acumular a chefia do 12º Departamento, que coordena o trabalho de seis delegacias regionais, e o delegado regional de Ipatinga, Gilberto Simão de Melo, foi substituído pela delegada Irene Angélica Franco e Silva Guimarães. 

"Os dois delegados que estão saindo deixam os cargos com mérito, mas a chegada dos novos chefes vai marcar uma nova fase da polícia nesta região. A vinda do delegado-corregedor, mesmo que interinamente, dá a dimensão das mudanças que estamos fazendo e sinaliza claramente a nova fase que estamos iniciando", afirmou.

Cylton Brandão garantiu aos jornalistas do Vale do Aço que o exercício da profissão de “forma livre e soberana” não pode ser ameaçado. “Nunca recebemos nenhum pedido de proteção para jornalistas. Mas se algum profissional achar necessário, pode procurar nossos policiais aqui. Podem me acionar em Belo Horizonte, estamos à disposição. Vamos tomar as providências e acionar também a estrutura que o governo do Estado dispõe, junto à Secretaria de Desenvolvimento Social, para proteger testemunhas", salientou.

Os suspeitos dos dois crimes contra os jornalistas ainda não foram identificados. A Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP) condenou os assassinatos e pediu ao Legislativo avançar na federalização dos crimes contra jornalistas como "um passo adiante para enfrentar a impunidade e a violência".

Fonte: Terra
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