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Polícia

Polícia quer prisão de PMs, mas descarta grupo de extermínio em SP

Comandante da PM diz que assassinatos cometidos por policiais são 'casos isolados', mas garante ser 'implacável' com acusados

24 abr 2013 - 20h18
(atualizado às 21h49)
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A Polícia Civil de São Paulo deve pedir nesta quinta-feira a prisão temporária dos dois policiais militares - um sargento e um soldado - presos administrativamente no último fim de semana por suspeita de participação nas chacinas que deixaram quatro mortos e pelo menos sete feridos no último dia 17, nas cidades de Osasco e Carapicuíba, na Grande São Paulo. Outros dois vigilantes suspeitos de ligação com os casos também deverão ter a prisão temporária pedida. Um deles já foi preso em flagrante por porte de munição e o outro está sendo procurado. Atualmente, os PMs estão detidos na Corregedoria da corporação, mas a prisão administrativa vence na quinta-feira. 

Em entrevista concedida na tarde desta quarta-feira, em São Paulo, o delegado geral de Polícia Civil, Luiz Mauricio Souza Blazeck, e o comandante geral da Polícia Militar, Benedito Roberto Meira, descartaram  haver indícios da existência de um "grupo de extermínio" formado por policiais e trata os episódios como "fatos isolados". "Grupos de extermínio sugerem uma ideologia por trás. Nós acreditamos que sejam fatos isolados", disse Blazeck. "Não se trata apenas de policiais militares atuando."

De acordo com as corporações, as prisões ocorreram após uma "força tarefa" - formada pela PM e pela Polícia Civil - ser formada para investigar a onda de assassinados nos municípios da Grande São Paulo, que ocorrem desde outubro do ano passado. A polícia chegou aos dois PMs após uma denúncia e, durante uma busca no armário dos suspeitos, encontrou cápsulas de pistola 9 mm (mesma munição usada nos assassinatos), uma touca ninja, além da foto de um traficante apontado como mandante do assassinato de um policial militar em fevereiro deste ano, o que teria motivado os assassinatos. 

"Eles deram justificativas evasivas (para o material encontrado). Já existem indícios suficientes para pedir a prisão", afirmou o comandante da PM, que não quis revelar as identidades da dupla para não prejudicar as investigações. 

A polícia ainda investiga se os suspeitos têm ligação com outros três casos ocorridos na região e disse que, se comprovada a participação dos oficiais, adotará uma postura "implacável" com os acusados, explicando que, além das acusações criminais, eles deverão responder administrativamente, podendo ser expulsos da corporação. "Infelizmente, no nosso país impera a sensação de impunidade. (...) Mas quando temos notícias de casos envolvendo policiais militares, somos implacáveis", disse o comandante da PM.

Fonte: Terra
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