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Polícia

Polícia ocupa acessos de favela na zona oeste do Rio

3 nov 2009 - 13h52
(atualizado às 13h56)
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Policiais militares do 9º (Rocha Miranda), 14º (Bangu), 27º (Santa Cruz) BPMs e ainda o Batalhão de Choque, fizeram buscas, na manhã desta terça-feira, nas matas da Vila Kennedy, em Bangu, zona oeste do Rio de Janeiro. O objetivo era encontrar bandidos que participaram da invasão à comunidade ou estariam escondidos nos acessos para as comunidades de Vila Aliança e Favela da Coréia, ambas controladas pelo traficante Matemático, foragido da Justiça.

"Estamos fazendo incursões na mata da Vila Kennedy para ver se ainda existem marginais escondidos. Ainda não sabemos se foi realmente o (traficante) Matemático, mas estamos fazendo operações para descobrir. A Polícia Militar ficará na comunidade até que a tranquilidade seja estabelecida novamente", disse o major da PM, Eduardo Silva.

Na madrugada desta terça-feira, traficantes da Vila Aliança tentaram novamente invadir a Vila Kennedy para tomar os pontos de vendas de drogas na comunidade. No início desta manhã, moradores tiveram dificuldade para pegar ônibus, porque as empresas deram ordens para os motoristas não passarem pelo local. Testemunhas afirmaram que os invasores usavam camisetas pretas muito parecidas com as da Polícia Civil.

Escolas praticamente vazias

O confronto desta madrugada assustou os moradores da comunidade. Para o morador da Vila Kennedy, Sebastião Oliveira, 43 anos, este foi o mais grave episódio de violência já visto no local.

"Moro aqui desde que nasci e nunca vi tantos bandidos aqui e nem tantos tiros disparados. Ninguém dormiu aqui. Estou preso com a minha família e faço um apelo para que as autoridades acabem com esta confusão aqui", disse Sebastião, que é pintor de carros.

Quase 2,5 mil alunos foram prejudicados pela guerra do tráfico. Três escolas municipais ficaram fechadas, duas creches não abriram, seis tiveram baixa frequencia e cinco foram abertas, mas não registraram a presença de alunos. Com o auxílio de um veículo blindado (Caveirão), a polícia ocupa todos as vielas transversais à Rua Congo - local de acesso à mata que divide a comunidade e outras favelas rivais.

Entenda a guerra na Vila Kennedy

Durante a manhã, um rapaz foi encontrado caído na praça principal da Vila Kennedy. Marco Aurélio Santana, 17 anos, estava muito ferido e contou que tentava pegar pássaros na mata quando foi abordado por um grupo que o teria confundido com traficante rival e o espancado.

O jovem foi levado pelo Samu para o Hospital Albert Schweitzer, em Realengo. Lá, ele disse que é morador da Vila Aliança, fazendo com que policiais militares não descartassem sua participação na tentativa de invasão da Vila Kennedy.

A guerra entre facções rivais de traficantes pelo controle da Favela Vila Kennedy não se limita a mais uma briga por território. No centro da disputa está a comunicação com os presos do Complexo de Gericinó. A comunidade é a mais próxima das 24 unidades prisionais e, segundo investigações da polícia, é de lá, por meio de aparelhos capazes de driblar bloqueadores de celular, que bandidos recebem ordens transmitidas da cadeia pelos chefões do tráfico.

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