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Polícia

Polícia do Rio faz reconstituição da morte do dançarino DG

DG foi encontrado morto em uma área estreita nos fundos de uma creche da favela Pavão-Pavãozinho no dia 22 de abril

26 mai 2014 - 15h50
(atualizado às 21h47)
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Para a reconstituição, equipes da polícia interditaram uma área no alto do morro, perto da creche onde o dançarino foi encontrado morto
Para a reconstituição, equipes da polícia interditaram uma área no alto do morro, perto da creche onde o dançarino foi encontrado morto
Foto: Marcelle Ribeiro / Terra

A Polícia Civil do Rio de Janeiro faz na tarde desta segunda-feira a reconstituição da morte de Douglas Rafael da Silva, o DG, dançarino do programa Esquenta, da TV Globo, na favela Pavão-Pavãozinho, em Copacabana, zona sul da capital. DG foi encontrado morto em uma área estreita nos fundos de uma creche da comunidade no dia 22 de abril. Na noite anterior, policiais trocaram tiros com bandidos. A família e amigos do dançarino acreditam que ele tenha sido espancado e morto por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

A reconstituição começou por volta das 15h30. No local, há dezenas de policiais civis, entre peritos, homens da Coordenadoria de Recursos Especiais da Polícia Civil, Divisão de Homicídios e da 13ª Delegacia de Polícia (Ipanema). A Polícia Militar faz o reforço da segurança no Pavão-Pavãozinho. Os policiais interditaram uma área no alto do morro, perto do loal onde o dançarino foi encontrado, e fazem medições na área.

De uma janela do terceiro andar de uma casa da favela, peritos fotografaram a creche, que fica em frente, e mediram a altura até o chão com uma trena. Em uma viela em frente a essa casa, os peritos colocaram uma escada, apoiada no muro de trás da creche onde DG foi encontrado morto.

<p>Os peritos colocaram uma escada, apoiada no muro de trás da creche onde DG foi encontrado morto.</p>
Os peritos colocaram uma escada, apoiada no muro de trás da creche onde DG foi encontrado morto.
Foto: Camila Soares / Terra

Nove policiais militares da UPP Pavão-Pavãozinho que estavam trabalhando na noite em que DG foi morto participam da reconstituição. Seis deles teriam dito que participaram de uma troca de tiros com bandidos naquela noite. Os PMs chegaram à reprodução simulada de óculos escuros e bonés.

Na reconstituição, os policiais tentam entender como DG foi baleado e se ele pulou de alguma laje até chegar ao local onde foi encontrado morto, nos fundos de uma creche.

Para tentar achar fragmentos que podem ajudar a explicar o crime, peritos cavaram uma parte de uma viela atrás da creche e passaram a terra em uma peneira, já que o tiro atravessou o corpo da vítima.

A ex-namorada de DG e mãe da filha dele, Larissa Ignácio, acompanha a reconstituição, mas não quis falar com a imprensa. Policiais da Corregedoria da Polícia Militar também estão no local. A previsão é que a reconstituição dure a noite toda.

A morte do dançarino motivou um grande protesto nas ruas do entorno da favela em Copacabana, que foram interditadas no dia 22 do mês passado. Moradores atearam fogo em objetos e a polícia foi ao local. Durante o protesto, outro morador do Pavão-Pavãozinho foi morto com um tiro. O enterro do dançarino também causou grande comoção, e familiares e amigos fizeram manifestação ao chegar e ao deixar o cemitério São João Batista.

No dia em que o corpo do dançarino foi encontrado, a polícia chegou a afirmar que a morte dele poderia estar relacionada com uma queda, devido a marcas no corpo. No dia seguinte, porém, a secretaria de Segurança confirmou que DG foi morto com um tiro, que atravessou o corpo dele. Na declaração de óbito do dançarino, a causa da morte foi registrada como sendo "hemorragia interna decorrente de laceração pulmonar decorrente de ferimento transfixante do tórax - ação perfuro-contundente”.

A mãe de DG, Maria de Fátima da Silva, estranhou o fato de o corpo do filho ter sido encontrado molhado, assim como os documentos dele, e com vários hematomas.

Devido às suspeitas de participação na morte do dançarino, dez PMs da UPP do Pavão-Pavãozinho tiveram as armas recolhidas pela Polícia Civil para perícia e prestaram depoimento.

Na época do crime, o secretário de Segurança, José Mariano Beltrame, disse que, na noite de 21 de abril, horas antes de o corpo de DG ter sido encontrado, policiais da UPP do Pavão-Pavãozinho foram conferir uma denúncia de que um traficante chamado Pit Bull, que seria um dos comandantes do tráfico, estaria em uma localidade da favela chamada quinta estação. Pit Bull já foi preso em 2008, mas recebeu um beneficio judicial e voltou à favela. Pouco antes do local, os PMs foram surpreendidos com bombas caseiras e revidaram rapidamente. No dia seguinte, PMs da UPP e policiais civis encontraram o corpo.

Fonte: Terra
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