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Polícia

Polícia de Campinas encaminha para a Interpol caso de roubo em museu

15 ago 2013 - 00h39
(atualizado às 00h39)
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A Polícia Federal de Campinas recebeu na tarde desta quarta-feira (14) e vai encaminhar a Interpol a relação dos objetos furtados do museu do Centro de Ciências, Letras e Artes de Campinas que abriga também o Museu Carlos Gomes e o Memorial Campos Sales. O crime ocorreu na semana passada, quinta-feira, dia 8, quando homens renderam as 12 pessoas do local  e levaram 200 itens entre livros raros e documentos. O caso será investigado também pela Delegacia de Investigação Geral (DIG).

Biblioteca tem acervo de 120 mil livros
Biblioteca tem acervo de 120 mil livros
Foto: Rose Mary de Souza / Especial para Terra

Segundo o delegado da PF, Hermógenes Freitas Leitão, a Interpol é uma instituição que agrega os órgãos policiais de todo o mundo. "De posse da lista do que foi levado, a Interpol vai lança-la em seu banco de dados e pode ajudar a localizar esses objetos", disse. 

O assalto ocorreu por volta das 16 horas. Quatro homens entraram no CCLAC e um quinto ficou esperando em um veículo Fiorino que tinha na lataria a inscrição "Museu de Arte". Dois homens estavam armados. Um ficou rendendo os funcionários e os demais transportavam os livros. "Fomos amarrados com fios de persianas.

A primeira coisa que pegaram foram os celulares e depois cortaram os fios dos telefones. Eles colocaram tudo no Fiorino e os vizinhos não  desconfiaram do que acontecia. O carro deles tinha a inscrição de um museu", contou o Fuad Cury, funcionário do museu há 19 anos.

O presidente do CCLAC, Marino Ziggiatti, não estava no museu na hora do assalto. Ele falou que é a primeira vez que ocorre um assalto a mão armada. Ziggiati disse que os criminosos sabiam o que queriam e foram direto onde estão as obras mais raras.  "Eles levaram um conjunto de livros franceses de botânica do século 17. Essa coleção já foi roubada e recuperada pela Policia Federal, no Rio de Janeiro, há 4 anos atras", falou. 

Outros objetos levados foram cartas e documentos do Museu Campos Sales em homenagem ao presidente da República, Manuel Ferraz de Campos Sales, que nasceu em Campinas. Dentre os documentos estão uma carta do imperador chinês Guangxu (1875-1908), enviada ao ex-presidente, e um volume sobre a história da Dinastia Romanov, que foi um presente do czar Nicolau II (1894-1917), último imperador da Rússia. 

"O valor do que levaram é cultural, histórico, não tem como calcular", comentou. Ziggiatti. O CCLAC fica no centro de Campinas, no segundo pavimento de um prédio antigo. A porta permanece aberta, não há seguranças e o acesso é livre. O Centro foi fundado em 1901 e conta com um acervo de 120 mil livros, coleções de revistas, jornais de Campinas, móveis  e objetos de época. "Temos coleções raras, copiladas ao longo dos tempos. São obras únicas e fonte de pesquisa que devem ser preservadas", falou.

Fonte: Especial para Terra
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