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Polícia

Podval cita Madeleine para criticar pressão social no Brasil

26 mar 2010 - 17h34
(atualizado às 18h05)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

O advogado do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, Roberto Podval, comparou o desaparecimento de Madeleine McCann com a morte de Isabella Nardoni para fazer uma crítica à sociedade brasileira. A menina inglesa sumiu em Portugal, durante as férias da família, e os pais chegaram a ser apontados como suspeitos. "Lá na Inglaterra, a sociedade foi contra a perícia, contra a polícia e não condenou os pais (de Madeleine)", disse.

Alexandre Nardoni se emociona ao falar de Isabella:

Durante sua explanação, Podval disse que, quando chegou ao julgamento, imaginava que os jurados já tinham opinião formada sobre o caso. O advogado, que chorou na sessão desta sexta-feira, afirmou que conseguiu enxergar esperança em cada integrante do conselho de sentença.

O advogado rebateu a acusação do promotor Francisco Cembranelli que, mais cedo, apresentou horários de telefonemas e dados do GPS do carro de Nardoni para tentar comprovar que o casal Nardoni estava no apartamento no horário do crime. Para Podval, as cronometragens nem sempre são precisas. Segundo ele, mesmo com tarefas diárias, as pessoas gastam tempos diferentes. Podval disse que a única coisa que dá para comprovar naquela noite é a hora que o casal desligou o carro.

Anna Carolina também chorou durante a fala do advogado, que afirmou ter dito aos réus que a única chance de serem absolvidos seria falando a verdade. Podval criticou o trabalho da perícia e disse que a cena do crime foi alterada, pois várias pessoas passaram pelo apartamento.

Além de lembrar o caso Madeleine, Podval também citou uma frase de Chico Xavier: "Embora ninguém possa voltar atrás e fazer um novo começo, qualquer um pode começar agora e fazer um novo fim".

O caso

Isabella tinha 5 anos quando foi encontrada ferida no jardim do prédio onde moravam o pai, Alexandre Nardoni, e a madrasta, Anna Carolina Jatobá, na zona norte de São Paulo, em 29 de março de 2008. Segundo a polícia, ela foi agredida, asfixiada, jogada do sexto andar do edifício e morreu após socorro médico. O pai e a madrasta foram os únicos indiciados, mas sempre negaram as acusações e alegam que o crime foi cometido por uma terceira pessoa que invadiu o apartamento.

O júri popular do casal começou em 22 de março e deve durar cinco dias. Pelo crime de homicídio, a pena é de no mínimo 12 anos de prisão, mas a sentença pode passar dos 20 anos com as qualificadoras de homicídio por meio cruel, impossibilidade de defesa da vítima e tentativa de encobrir um crime com outro. Por ter cometido o homicídio contra a própria filha, Alexandre Nardoni pode ter pena superior à de Anna Carolina, caso os dois sejam condenados.

Fonte: Redação Terra
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