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Polícia

PM e Bope voltam a morros que tiveram conflitos no Rio

19 out 2009 - 10h48
(atualizado às 13h21)
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Andrea Bruxellas
Direto do Rio de Janeiro

Policiais do 3º Batalhão da Polícia Militar (Méier) com auxílio de uma tropa do Batalhão de Operações Especiais (Bope) realizam, nesta segunda-feira, uma operação na favela do Jacarezinho. Outras equipes da corporação ocupam os acessos do morro dos Macacos, em Vila Isabel, também na zona norte do Rio de Janeiro.

De acordo com o coronel Marcos Jardim, comandante do 1º Comando de Policiamento da Capital (CPA), até as 10h50 não havia informações sobre tiroteio, mortos ou feridos nas comunidades.

O trafego na Rua Leopoldo Bulhões, que estava interrompido nos dois sentidos desde o início da manha desta segunda-feira em função das operações da policia, foi liberado por volta das 13h.

Apesar do movimento dos carros ter sido normalizado, os ônibus não voltaram a ciruclar pelo local. Nesta segunda-feira, algumas companhias de ônibus como a Urbanil e a Estrela do Sul preferiram orientar os motoristas a não passar pela avenida Dom Helder Câmara, antiga Suburbana, em razaão das operações policiais.

De acordo com o coronel Fernando Príncipe, comandante do 6º Batalhão da PM (Tijuca), os militares foram ao morro para atender à denúncias de moradores de que bandidos de uma facção rival estariam escondidos na favela. Nada foi encontrado, mas a polícia ficará no morro por tempo indeterminado.

Pelo menos 400 moradores do Jacarezinho ainda estão sem poder usar o telefone. No sábado, as chamas dos ônibus incendiados por bandidos atingiu a rede elétrica, provocando sérios danos à rede. Fiscais de várias empresas de ônibus orientam os motoristas a não fazer paradas no sinal da avenida dos Democráticos, no acesso da feirinha, para a favela, na avenida Don Hélder Câmara.

A Polícia Militar informou que está redigindo um relatório detalhado sobre o episódio de violência ocorrido no último fim de semana nos morros São João e Macacos, além da queima de dez ônibus na Mangueira e no Jacarezinho. O documento será entregue ao secretário de Segurança Pública, José Mariano Beltrame, que discutirá os casos com o governador Sérgio Cabral (PMDB).

Patrulhamento reforçado

Outras ações das polícias Militar e Civil marcaram o domingo na Zona Norte. Durante o dia, policiais cercaram os morros do Jacaré, Macacos e São João, controlando a a entrada e saída de veículos. Enquanto isso, dentro das favelas, equipes revistaram casas e vielas, tentando encontrar os responsáveis pelos ataques de sábado. A corporação também utilizou cães na busca por mais corpos e armas.

No final da tarde, no Morro do São João, no Engenho Novo, policiais do Grupamento de Ações Táticas (GAT) do 14º BPM (Bangu), com apoio do 6º BPM (Tijuca), encontraram dois corpos, com orelhas decepadas, no alto da favela e uma mochila na mata que continha 832 municões de diversos calibes, 33 carregadores de munição e uma granada.

Apesar dos confrontos, os moradores começaram a retornar às suas casas e, durante o dia, era possível ver crianças brincando nas ruas e pessoas conversando nos portões, aparentemente sem medo da violência. Nenhum morador, porém, queria falar sobre o assunto.

O secretário Beltrame afirmou que, entre as armas suspeitas de derrubar o helicóptero da PM no sábado, estão um fuzil 7.62, uma metralhadora calibre 30 ou uma metralhadora calibre 50. A aeronave patrulhava a área quando foi atingida. Dois policiais foram mortos e quatro ficaram feridos.

Vítimas

O comandante da Polícia Militar do Rio, coronel Mário Sérgio Duarte, reconheceu que pode haver mais inocentes entre as vítimas do confronto. Segundo ele, "pessoas engajadas no confronto" podem ter sido classificadas equivocadamente como criminosas.

"Essas coisas são esclarecidas com tempo. Num primeiro momento, vamos coletando as informações possíveis. Precisamos agora verificar a identidade de cada um. Sabendo da identidade, do local de onde partiram, onde residem e suas atividades normais do dia-a-dia, é que vamos saber verdadeiramente a ocupação de cada pessoa", afirmou.

Com informações do jornal O Dia.

Fonte: Especial para Terra
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