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Polícia

PM é baleado na perna durante manifestação na Via Dutra em SP

21 jun 2013 - 23h08
(atualizado em 24/6/2013 às 12h07)
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<p>Manifestantes participam de protesto na Via Dutra em Guarulhos</p>
Manifestantes participam de protesto na Via Dutra em Guarulhos
Foto: Beto Martins / Futura Press

Um policial militar foi baleado na perna na noite desta sexta-feira durante um protesto na rodovia Presidente Dutra, na Vila Maria, em São Paulo. De acordo com a Polícia Militar, não há informações de onde partiu o disparo nem se houve confronto entre PM e manifestantes. A ocorrência foi por volta das 20h30. O PM foi levado para o Pronto Socorro Tatuapé e passa bem.

Mais cedo, manifestantes já haviam fechado a Via Dutra em Guarulhos nos dois sentidos, o que causou reflexos no trânsito da capital paulista. Após a ocupação, alguns grupos seguiram para a rodovia Helio Smidt, via de acesso ao aeroporto internacional de Cumbica, e ocuparam o gramado da área externa dos terminais.

Passageiros desceram dos carros e seguiram a pé para o aeroporto de Guarulhos
Passageiros desceram dos carros e seguiram a pé para o aeroporto de Guarulhos
Foto: Alex Albino / vc repórter

De acordo com a Polícia Militar, cerca de 8 mil pessoas se concentraram em frente ao aeroporto. A interdição da rodovia prejudicou a chegada de passageiros ao local. Alguns desceram dos carros e caminharam a pé para não perder seus voos.  

No início da tarde, o aeroporto já havia recomendado, em nota, que os passageiros antecipassem suas agendas e “ficassem atentos durante o trajeto de saída ou chegada ao local”, por conta de protestos que ocorreriam na cidade, a partir das 16h.

Manifestações afetaram ainda as rodovias Raposo Tavares, Imigrantes, Anhanguera, Castello Branco, Hélio Smidt, Régis Bittencourt e Rodoanel Mário Covas.

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

Colaboraram com esta notícia os internautas Alex Albino e Kelly Oliveira, de Guarulhos (SP), e Cloves Ferreira, de Cotia (SP), que participaram do vc repórter, canal de jornalismo participativo do Terra. Se você também quiser mandar fotos, textos ou vídeos, clique aqui.

Fonte: Terra
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