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Polícia

PM busca traficantes foragidos no RJ

10 set 2009 - 23h28
(atualizado às 23h30)
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Agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) informaram que os traficantes que não voltaram à cadeia, depois de ganharem o direito a visitar suas famílias, estão envolvidos na invasão ao Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio de Janeiro. O local que está em guerra há duas semanas teve como comandantes do ataque os traficantes Rodrigo Barbosa Marinho, o Rolinha, e Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, o Magno da Mangueira. A invasão deixou cinco policiais militares feridos, no dia 29 de agosto.

Os condenados deixaram a prisão há poucos meses após receberem concessão de Visita Periódica ao Lar (VPL). Logo no primeiro dia do benefício, eles não voltaram para a cadeia, onde deveriam dormir.

Ambos são antigos chefes do tráfico que perderam seus redutos após serem condenados. Rolinha e Magno fazem parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e estariam escalados para a conquista de novos pontos de venda de drogas. Contudo, os traficantes só teriam conseguido ocupar duas bocas de fumo na parte baixa do Morro do Juramento (Rola e Igrejinha), enquanto os rivais do Terceiro Comando Puro (TCP) teriam dominado outros cinco pontos.

Um dos principais integrantes do TCP na favela é o traficante José Ricardo Rosa Ribeiro, o Cagado, que fugiu dos morros Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, após a ocupação por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).

Segundo o comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), Edivaldo Camelo, desde a primeira invasão, o Comando Vermelho já foi expulso do Juramento diversas vezes, mas conseguiu retornar.

Os agentes da Dcod têm informações de que o CV está com cem homens no Juramento e que bandidos dos complexos do Alemão e da Penha e do Conjunto Antares (Santa Cruz, zona oeste) se revezam na vigilância de suas bocas-de-fumo, tendo ainda apoio de refugiados da Cidade de Deus, outra comunidade onde foi instalada UPP.

Operação policial

Nesta quinta-feira, a Polícia Militar fez uma grande operação em favelas da Penha para tentar capturar bandidos envolvidos na guerra do Juramento. Houve intenso tiroteio, assustando moradores e motoristas que passavam por ruas do local. Na ação, os policiais prenderam quatro pessoas, entre elas um adolescente de 17 anos.

A PM também apreendeu seis bombas caseiras, de 1 kg cada, um binóculo, roupas camufladas, sacolés de crack e quatro motocicletas roubadas.

A polícia suspeita que o CV pretenda reforçar grupo com mais 50 integrantes e tentar invadir a parte alta do morro, dominada por criminosos do TCP vindos de favelas de Senador Camará (Zona Oeste), Parada de Lucas, Morro do Dendê, Serrinha de Madureira, Acari e Amarelinho do Irajá (zona norte). O Morro do Juramento é considerado um morro histórico para o CV, por ser reduto de José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, um dos chefes da facção nos anos 80.

Em maio, o irmão de Escadinha, conhecido como Paulinho Maluco, liderou uma invasão do CV ao Morro do Juramento, mas ficou pouco tempo na favela, sendo acusado de maltratar os moradores.

Jornal do Brasil Jornal do Brasil
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