PM busca traficantes foragidos no RJ
Agentes da Delegacia de Combate às Drogas (Dcod) informaram que os traficantes que não voltaram à cadeia, depois de ganharem o direito a visitar suas famílias, estão envolvidos na invasão ao Morro do Juramento, em Vicente de Carvalho, na zona norte do Rio de Janeiro. O local que está em guerra há duas semanas teve como comandantes do ataque os traficantes Rodrigo Barbosa Marinho, o Rolinha, e Magno Fernando Soeiro Tatagiba de Souza, o Magno da Mangueira. A invasão deixou cinco policiais militares feridos, no dia 29 de agosto.
Os condenados deixaram a prisão há poucos meses após receberem concessão de Visita Periódica ao Lar (VPL). Logo no primeiro dia do benefício, eles não voltaram para a cadeia, onde deveriam dormir.
Ambos são antigos chefes do tráfico que perderam seus redutos após serem condenados. Rolinha e Magno fazem parte da facção criminosa Comando Vermelho (CV) e estariam escalados para a conquista de novos pontos de venda de drogas. Contudo, os traficantes só teriam conseguido ocupar duas bocas de fumo na parte baixa do Morro do Juramento (Rola e Igrejinha), enquanto os rivais do Terceiro Comando Puro (TCP) teriam dominado outros cinco pontos.
Um dos principais integrantes do TCP na favela é o traficante José Ricardo Rosa Ribeiro, o Cagado, que fugiu dos morros Chapéu Mangueira e Babilônia, no Leme, após a ocupação por uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP).
Segundo o comandante do 9º BPM (Rocha Miranda), Edivaldo Camelo, desde a primeira invasão, o Comando Vermelho já foi expulso do Juramento diversas vezes, mas conseguiu retornar.
Os agentes da Dcod têm informações de que o CV está com cem homens no Juramento e que bandidos dos complexos do Alemão e da Penha e do Conjunto Antares (Santa Cruz, zona oeste) se revezam na vigilância de suas bocas-de-fumo, tendo ainda apoio de refugiados da Cidade de Deus, outra comunidade onde foi instalada UPP.
Operação policial
Nesta quinta-feira, a Polícia Militar fez uma grande operação em favelas da Penha para tentar capturar bandidos envolvidos na guerra do Juramento. Houve intenso tiroteio, assustando moradores e motoristas que passavam por ruas do local. Na ação, os policiais prenderam quatro pessoas, entre elas um adolescente de 17 anos.
A PM também apreendeu seis bombas caseiras, de 1 kg cada, um binóculo, roupas camufladas, sacolés de crack e quatro motocicletas roubadas.
A polícia suspeita que o CV pretenda reforçar grupo com mais 50 integrantes e tentar invadir a parte alta do morro, dominada por criminosos do TCP vindos de favelas de Senador Camará (Zona Oeste), Parada de Lucas, Morro do Dendê, Serrinha de Madureira, Acari e Amarelinho do Irajá (zona norte). O Morro do Juramento é considerado um morro histórico para o CV, por ser reduto de José Carlos dos Reis Encina, o Escadinha, um dos chefes da facção nos anos 80.
Em maio, o irmão de Escadinha, conhecido como Paulinho Maluco, liderou uma invasão do CV ao Morro do Juramento, mas ficou pouco tempo na favela, sendo acusado de maltratar os moradores.