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Polícia

Pimenta Neves se entrega e diz que "estava preparado"

24 mai 2011 - 19h35
(atualizado às 22h23)
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Hermano Freitas
Direto de São Paulo

O jornalista Pimenta Neves se entregou por volta das 20h desta terça-feira a policiais da Divisão de Capturas que cercaram sua casa no final da tarde, na zona sul de São Paulo. Ao chegar ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), ele disse que não precisou ser convencido pela polícia a se entregar. "Eu estava preparado", disse.

Segundo policiais, o jornalista estava tranquilo durante o depoimento. A polícia decidiu fazer o exame de corpo de delito no próprio DHPP, ao invés de levar Pimenta Neves para o Instituto Médico Legal (IML). Além disso, o boletim de ocorrência da prisão ainda precisa ser registrado para que uma vaga ao jornalista no sistema penitenciário seja aberta.

De acordo com a Constituição, a polícia só pode invadir uma residência à noite em caso de flagrante. Com mandado judicial, como é o caso, a invasão só poderia ser de dia. Os policiais, então, tocaram a campainha, bateram palmas e cercaram a casa do jornalista, que chegou a passar por uma janela na frente da casa antes de sair.

Nesta tarde, o STF negou recurso a Pimenta Neves, que confessou ter matado a colega de trabalho Sandra Gomide em 2000. O jornalista tinha o direito de recorrer em liberdade enquanto a decisão era julgada.

O caso Pimenta Neves

A jornalista Sandra Gomide, 33 anos, foi morta com dois tiros em um haras em Ibiúna, no interior de São Paulo, em agosto de 2000. O ex-namorado de Sandra, então diretor de redação do jornal O Estado de S. Paulo, Antônio Pimenta Neves, confessou o crime, alegando que a colega o traía. Os dois se conheceram em 1997 e tiveram um relacionamento por cerca de três anos.

Pimenta Neves chegou a ficar preso por sete meses enquanto respondia ao processo, mas conseguiu no Superior Tribunal de Justiça (STJ) um habeas-corpus para aguardar o julgamento em liberdade. Em 2006, ele foi condenado a 19 anos e dois meses de reclusão em regime fechado. No entanto, alegando entendimento anterior do Supremo Tribunal Federal (STF) - de que os condenados podem recorrer em liberdade até que todos os recursos sejam julgados -, o juiz de Ibiúna concedeu ao jornalista o direito de recorrer em liberdade.

Ao julgar recurso a favor de Pimenta Neves, o Tribunal de Justiça de São Paulo considerou a confissão espontânea do crime e reduziu a pena para 18 anos. Alegando a mesma atenuante, a defesa conseguiu no STJ a redução para 15 anos. Os advogados do jornalista continuaram recorrendo até que, em 24 de maio de 2011, o STF negou o último recurso e determinou que a pena fosse imediatamente cumprida. Em seguida, policiais cercaram a casa de Pimenta Neves, na capital paulista, e ele se entregou.

Fonte: Terra
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