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Polícia

PI: 17 são presos em protesto contra reajuste de ônibus

11 jan 2012 - 00h41
(atualizado às 01h07)
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Yala Sena
Direto de Teresina

No sétimo dia de protestos em Teresina (PI) contra o aumento na tarifa de ônibus, 17 manifestantes - entre eles três adolescentes - foram presos pela polícia. A prisão ocorreu no início da noite dessa terça-feira, após confronto entre policiais e estudantes que bloquearam a Avenida Frei Serafim, principal via de acesso a capital piauiense. Pelo menos três pessoas ficaram feridas com tiros de balas de borrachas. Um dos estudantes foi ferido no olho e levado ao Hospital de Urgência de Teresina (HUT).

Os manifestantes protestam contra o reajuste na passagem de ônibus, que passou de R$ 1,90 para R$ 2,10. Os estudantes defendem ainda a gratuidade na segunda passagem do sistema de integração de ônibus implantado este mês.

Cerca de 400 homens da Polícia Militar e o Batalhão de Choque jogaram bomba de efeito moral e gás lacrimogêneo para dispersar os manifestantes. A polícia deu um ultimato aos estudantes para desobstruírem a avenida e, como não foi atendida, a PM partiu para o confronto. Houve correria, gritos e uma barreira de estudantes sentados no chão conseguiram intimidar o pelotão. Após cerca de 40 minutos de confronto, a avenida foi liberada e os presos levados para a Central de Flagrantes.

O estudante Deolindo Moura, 27 anos, da Legião da Vanguarda da Juventude, classificou como um "massacre" aos estudantes. "Muitos manifestantes se sentaram com medo de correr", disse.

Maria Clara Barros, 18 anos, que foi ferida no braço, disse que estava sentada no chão quando a polícia chegou chutando. "Estávamos fazendo uma passeata pacífica, a polícia foi que exagerou", disse que a estudante que foi na Central de Flagrantes fazer boletim de ocorrência.

Incitação ao crime
O delegado de plantão, Antônio Marques Filho, informou que os manifestantes irão responder pelos crimes de incitação ao crime, desobediência, resistência e atentado contra a segurança dos meios de transportes. A polícia pediu fiança de 10 salários mínimos (R$ 6.220) para cada preso liberado.

O advogado Marcus Vinicius Brito Araújo, que defende os estudantes, considerou arbitrário o valor de fiança. "O delegado não está levando em conta as condições financeiras dos estudantes", afirmou o delegado que pediu a justiça a liberdade dos presos. Até às 23h30, os estudantes ainda continuavam detidos na Central de Flagrantes.

Nos sete dias de manifestações, 22 ônibus foram depredados e um ateado fogo. Os estudantes programam novos protestos nesta quarta-feira.

Policiais fazem barreira durante a manifestação
Policiais fazem barreira durante a manifestação
Foto: Twitter / Reprodução
Fonte: Especial para Terra
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