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Polícia

PF prende policiais suspeitos de escoltar traficantes na Rocinha

9 nov 2011 - 19h59
(atualizado às 22h50)
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Luís Bulcão Pinheiro
Direto do Rio de Janeiro

A Polícia Federal prendeu nesta quarta-feira três policiais civis, um policial militar reformado e outro aposentado suspeitos de escoltar bandidos que tentavam deixar a favela da Rocinha, no Rio de Janeiro. A comunidade foi cercada por policiais no fim da noite de terça, indicando o início da operação de pacificação da favela, primeiro passo para a criação da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP), que deve começar a ser ocupada até domingo, embora a Secretaria de Segurança não confirme a informação.

Com os policiais e traficantes, foi apreendido armamento pesado
Com os policiais e traficantes, foi apreendido armamento pesado
Foto: Luis Bulcão Pinheiro / Especial para Terra

Além dos policiais, a PF prendeu cinco traficantes, entre eles um homem conhecido como Sandro Luís de Paula Amorim, o Peixe, e Anderson Rosa Mendonça, o Coelho, que teria chefiado o tráfico no morro de São Carlos até a favela ser ocupada pela polícia neste ano. "São pessoas importantes, que atuam na Rocinha. O Coelho e o Peixe são braços da quadrilha do Nem, oriundos do morro de São Carlos", afirmou o delegado Vitor Poubel, diretor do combate ao crime organizado da PF, garantindo haver ligação entre os presos e a facção Amigos dos Amigos (ADA), do traficante Antônio Bonfim Lopes, apontado como chefe do tráfico na Rocinha.

"Não é surpresa que policiais tenham sido pegos na tentativa de resgatar os traficantes. A Inteligência já estava monitorando o grupo havia um certo tempo", disse o secretário Segurança em exercício, Edvaldo Novaes, segundo o qual o trabalho de monitoramento deve continuar. Para ele, a pacificação do local vai envolver um trabalho de anos. "A cada nova etapa nós vamos melhorando a doutrina de execução", doutrina essa que, afirma o secretário, determinou o cercamento das saídas da Rocinha, fazendo com que os traficantes se movimentassem enquanto os setores de inteligência da Secretaria e da PF monitoravam as tentativas de fuga.

Havia a informação de que Nem estava entre os presos, o que acabou não se confirmando. Segundo o secretário que substitui José Mariano Beltrame, em missão fora do Estado, as informações da Inteligência levam a crer que o líder do tráfico na Rocinha está refugiado na favela.

As identidades dos demais detidos foram divulgadas como Paulo Roberto Lima da Luz, o Paulinho; Varquia Garcia dos Santos, o Carré; Sandro Oliveiro; Carlos Daniel Ferreira Dias, policial civil lotado na Secretaria de Saúde Pública; Carlos Renato Rodrigues Tenório e Wagner de Souza Neves, policiais civis lotados na delegacia de Roubo e Furtos de Cargas; José Faustino Silva, PM reformado; e Flávio Melo dos Santos, ex-PM.

Os traficantes foram encontrados em um carro, enquanto em outro veículo, estavam fuzis e munições. Durante a fuga, dois homens em uma moto que fazia parte do comboio roubaram outra moto, rendendo o motociclista e fugindo para o túnel Rebouças, no sentido zona sul.

Foram apreendidos três fuzis, 11 pistolas, cinco granadas e um montante ainda não contabilizado em dinheiro, além de munição, correntes douradas, um relógio, celulares e dois laptops. A ação da PF teria começado às 9h desta quarta-feira. Os detidos são encaminhados para a sede da PF, na Praça Mauá, no centro do Rio.

Fuga e denúncias

A Corregedoria Interna da Polícia Civil (Coinpol) do Rio e a Coordenadoria de Recursos Especiais (Core) investigam a informação de um suposto plano para retirar Nem da Rocinha. Contudo, a fuga teria sido suspensa após a informação chegar às autoridades.

Nesta quarta-feira, o Disque-Denúncia recebeu 20 ligações com informações sobre o paradeiro de Nem. Desde esta segunda-feira, o serviço contabilizou 48 ligações com o intuito de colaborar na captura. A recompensa para informações é de R$ 5 mil. As denúncias são feitas pelo telefone (21) 2253-1177, que garante o anonimato. Todas as ligações relevantes são encaminhadas ao Serviço de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública (Seseg).

Com informações do JB Online.

Fonte: Terra
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